sábado, 19 de fevereiro de 2011

Música Contemporânea e a Rótulomania

Gostaria de começar esse texto provocando leitores à responderem uma pergunta: Qual é o movimento musical de hoje? Para uma parte, a resposta será simples. Estará na ponta da língua. Porém, pode ter certeza que serão várias respostas. Não existirá um consenso. Ainda mais se focarmos no Brasil. Qual é a tendência por aqui hoje? Sertanejo Universitário? Pagode? Bandas coloridas? Emocore? Ainda temos o movimento Indie que vem crescendo de forma positiva, mas que corre sérios riscos de nos proporcionar um oportunismo artístico, onde se perde a originalidade.

Is This It dos Strokes: expoente da cena Indie

Vejam, então, que a resposta é mais complicada do que parece. Mas o mais interessante é que todas as variáveis possíveis são de total compreensão. Elas não passam de rótulos de uma época que ainda não acabou. Vivemos na rótulomania. Tudo isso é contemporâneo. É a nossa época, é o nosso momento. Para explicar melhor, uma aula de história.

Todos nós que passamos pelo ensino básico escolar, sempre escutamos falar de épocas literárias como barroco, romantismo, classicismo, renascimento, etc. Isso na verdade são épocas ligadas totalmente à arte, extendendo-se para arquitetura, pinturas. Tudo isso são movimentos que surgiram no passado. Porém, Leonardo Da Vinci não sabia que era um renascentista. Goethe não sabia que era um romântico. Não. Quem os definiu dessa forma, foi a história. Suas obras, seus pensamentos, foram gerados de acordo com sua época e conforme o momento que a sociedade se encontrava. Se eu disse que isso ocorreu com a música, será um absurdo?

O foco será na música moderna. Pegaremos o Jazz como ponto de partida, que serviu de base para a Bossa Nova. Logo veio o Blues com as guitarras eletrônicas. Então a sociedade começou a querer arriscar mais, falar mais, expressar-se. Veio o Rock n' Roll com sua juventude inquieta. E o Punk, em um momento onde os jovens medíocres queriam ter voz política e afrontar o poder. Aí veio a repressão e com a Guerra Fria o fim dos tempos era quase iminente. Apareceu o Heavy Metal com suas canções apocalípticas. Ou seja, tudo dependendo do seu momento histórico.

The Clash. O Punk no seu ápice

Atualmente, não podemos definir o momento histórico da música. Não é o emo, não foi o new metal, não são os estilos universitários, nem o axé. Não será um estilo que definirá o movimento, mas sim o seu contexto social. Pessoalmente, eu aposto na Indie Music, que busca dar identidade e autonomia aos artistas. É um Punk despretencioso, eu diria. Porém, quem vai dizer para nós qual foi o movimento musical dessa primeira década, talvez sejam os historiadores e especialistas, num futuro próximo ou nem tanto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário