domingo, 31 de julho de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador

Depois dos dois primeiros  Homem de Ferro e Thor, a Marvel Studios fecha o ciclo de filmes pré Vingadores, o filme que estreará em 2012 e será composto por todos os heróis apresentados até agora em seus filmes. O encerramento de tal ciclo se deu com Capitão América: O Primeiro Vingador.


A trama é a seguinte: durante a Segunda Guerra Mundial, um jovem franzino Steve Rogers (Chris Evans) quer se alistar no exército a qualquer custo, mesmo tendo problemas fisiológicos que viram a atrapalha-lo na guerra. Mas seu espírito altruísta encanta um cientista, o alemão Abraham Eskine (Stanley Tucci), que dá uma chance para Rogers mostrar seu potencial e ser escolhido para um experimento de supersoldado e ajudar seu país na guerra contra uma unidade especial nazista, a organização Hidra liderada pelo megalomaníaco Caveira Vermelha (Hugo Weaving)

O filme sempre foi uma incógnita no filão de super-heróis. Trata-se de um herói que carrega a bandeira de um país nitidamente. Diferente de Superman, que é um exemplo do sonho norte-americano, o Capitão é um exemplo militar e patriótico para os yankees e carrega consigo toda essa ideologia. Porém, como todo super-herói dos quadrinhos, o universo do "bandeiroso" é aberto e a abordagem poderia não se prender aos valores que serviram de gênese do personagem.

Mas aí temos que lembrar da proposta da Marvel Studios. Ela é despretensiosa. São blockbusters que visam um público geral. Foi assim com todos os seus filmes. Não se pode esperar dessa leva, algo mais denso e profundo como O Cavaleiro das Trevas. Ainda mais quando tais filmes têm que ficar se amarrando entre si para gerar um outro. Tudo isso limita o trabalho das pessoas envolvidas, como já discuti na minha resenha de Thor.


Pode soar redundante, mas sim, Capitão América funciona da mesma forma que Thor. Porém, consegue ser ainda mais raso e problemático que o filme do deus do trovão. Dirigido por Joe Johnston (do fraco O Lobisomem), o filme tem como protagonista o ator fanfarrão de comédias adolescentes e ex-Tocha Humana Chris Evans (Quarteto Fantástico, Scott Pilgrim Contra o Mundo). Johnston se mostra novamente um diretor sem firmeza. Cenas forçadas, outras com erros de continuação, um filme sem ritmo algum. Novamente, isso pode ser pelo fato do filme ser um prequel dos Vingadores, mas não se nota aqui que Johnston quisesse dar um cara ao seu filme. Nem a tentativa de se parecer um um Indiana Jones marombado consegue convencer o público de que há ali alguma identidade. Chris Evans até que tentou se ater à um papel mais sério, mas depois que seu corpo é modificado, parece que a Evans se sentiu a vontade de emprestar a tonalidade cômica que fez seu currículo em Hollywood. O elenco de apoio é competente. Tommy Lee Jones como Coronel Chester Philips não destoa em momento algum em seu papel, sendo carrancudo do começo ao fim. Hugo Weaving se destaca apenas pela sua presença, mas dessa vez o papel não ajudou muito. As motivações do vilão Caveira Vermelha são supérfluas e sem muita explicação. Funcionaria em dias anteriores (pode até funcionar para pessoas com síndromes maniqueístas), mas tal vilania hoje em dia já não agrada, nem é novidade.

A história é corrida. Tudo acontece rapidamente. As cenas de ação são fracas, bem fracas. Pra variar, no final, quando se esperava um combate direto, de porradaria entre o herói e o vilão, tudo tem que ser limado para levar o filme à uma moralidade vazia. Há certos momentos bizarros onde a trilha sonora não se encaixa com o enredo, dando uma sensação inversa para o espectador.


Pra não dizer que o filme é completamente ruim, as cenas em que acontece uma certa metalinguagem foram bem sacadas. A ironia de Steve Rogers vestir o uniforme clássico das HQ's durante sua turnê publicitária de guerra; garotos segurando "gibis" do Capitão América (cuja capa é a original n°1 da cronologia dos quadrinhos). Tudo de uma forma bem humorada. Pena que o filme tente mesmo dar muito espaço para os acontecimentos "sérios" ali propostos.

Diverte em certo momento, mas no final, Capitão América: O Primeiro Vingador deixa um gosto vazio para o espectador. Nenhuma piada será levada pra frente (como "Essa bebida é ótima! Outra!" de Thor e "É, eu posso voar" de Homem de Ferro). Vamos esperar pra ver se esse Capitão América consegue se dar melhor no vindouro Vingadores.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Resenha Musical - To Record Only Water For Ten Days (John Frusciante)


A história de John Frusciante no meio musical poderia servir muito bem para qualquer roteirista de Hollywood realizar um filme moralista, de superação através do trabalho e da dedicação. O (por enquanto) ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers era apenas mais um devoto fã da banda californiana. Idolatrava Hillel Slovak e seu estilo de tocar. Quando Slovak faleceu devido uma overdose de heroína, o fã foi escolhido para preencher o vazio deixado pelo guitarrista. Definitivamente o sonho de qualquer um em situação parecida. Mas por que Hollywood não se apropriou da linda história de conto de fadas de Frusciante? Bom, talvez pelo fato da mesma não poder ser encarada dessa forma, pois a vida não para. Não é igual final de novela onde o casamento coroa o happy ending.

O nova-iorquino fez sua carreira com os Chili Peppers e foi obrigado a lidar com a fama da banda, que cada vez mais crescia. O encontro com as drogas foi inevitável e Frusciante logo se viu afundado no vício com a heroína. Isso o afastou dos Peppers, quando ele deixou a banda pela primeira vez em 1992. No frenesi de seu vício, Frusciante gravou seus dois primeiros álbuns solos (Niandra Lades and Usually Just a T-Shirt e Simle from The Streets you Hold) até aceitar a reabilitação. Depois de se livrar do vício de heroína, o excelente guitarrista, mais experiente e maduro, retornou ao Red Hot Chili Peppers precisamente em 1999. Mas ele ainda precisava exorcizar seus próprios demônios. E foi em To Record Only Water for Ten Days que o guitarrista fez o seu ritual de libertação.

O álbum abre com a canção “Going Inside” e serve exatamente para que o ouvinte se dê conta que a viagem é pessoal, interna, introspectiva (You don’t throw your life away / Going inside / You get to know who’s watching you/And who besides you resides). Além da guitarra distorcida e acústica, Frusciante se apropria de batidas e efeitos sintetizadores para ambientalizar a sua jornada interna. A influência de bandassynthpop dos anos 80, é nítida e da um tom de obscuridade. Claro, tudo dentro da proposta de artista. Outra influência de John Frusciante na obra, são as referências espirituais que surgiram durante sua recuperação.

Talvez pelo fato do álbum ser muito introspectivo e um tanto sombrio, não teve uma recepção popular calorosa. As guitarras estão abafadas e por vezes somem durante as fortes batidas eletrônicas, usadas de forma um tanto exageradas. O álbum se intensifica quando a parte sintetizada faz um lindo diálogo com a crueza das guitarras acústicas, como por exemplo em “The First Season”. É notável em To Record Only Water For Ten Days que as peças musicais estão apenas tentando se juntar. As canções são curtas e objetivas. Cumprem seu papel de introspecção, pois não há muito a se dizer sobre os sentimentos ali expostos.

Um dos pontos mais interessantes desse álbum passa a ser os curtos interlúdios instrumentais. Em “Ramparts” e “Murders”, as melodias falam por si só. Como na maioria das instrumentais (as sinceras, é claro) são nessas faixas em que a melancolia transborda e o ouvinte se vê em empatia com o artista. Não que o resto do álbum não tenha belas melodias e toda a melancolia da situação, mas especificamente nos interlúdios é que conversamos um pouco com Frusciante (talvez pela ausência das palavras e situações específicas) fazendo um reverso da primeira canção, um“going outside”. Porém, logo em seguida mergulhamos em sua igreja novamente para o caminho final do exorcismo.

É na parte final que as canções adquirem batidas mais presentes e melodias mais esperançosas. A voz de John torna-se mais calma e aguda. A tensão vai se libertando. Aliás, isso nos levará de volta ao título do álbum. Para Frusciante, “gravar água por dez dias” seria o mesmo que dizer que sua obra foi realizada em dez períodos diferentes. Se no início somos convidados a adentrar nos sentimentos peculiares do músico, quando entramos em seu período final, aparentemente, o músico já havia lidado com seus demônios interiores.

Frusciante voltaria a lançar novas canções de sua carreira solo em 2004 em inspiração contínua, pois naquele ano lançou três álbuns: Shadows Collide With People, The Will To Death e A Sphere In The Heart Of Silence onde ele repetiria essa experiência folk/eletronica em uma execução mais madura. Porém, esse já consolidado artista jamais abandonou sua veia psicodélica e introspectiva, que o coloca quase no mesmo patamar de Elliott Smith.




*texto publicado originalmente no blog Tequila Radio

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Justiça é Cega...e Caveira

A sinopse é épica. Bombeiros vândalos e terroristas invadem o Quartel Central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Lá, fazem bombeiros justos, mulheres e até crianças como reféns. Armados perigosamente com marretas, os terroristas demandam que o governo libere um aumento absurdo nos salários da classe, que já ganha generosos R$ 950,00, dinheiro público que poderia ser investido em mais estádios para a Copa do Mundo. Indignado com a atitude dos criminosos, o Senhor Governador Sérgio Cabral, envia os heróis do Rio de Janeiro. A tropa de elite, capaz de lidar com as situações mais perigosas e tensas. Quando a solução é a força, a sociedade recorre ao BOPE.

Parece o roteiro de um vindouro Tropa de Elite 3. Talvez foi assim que trabalhou a mente de Sérgio Cabral, ou foi isso que ele tentou demonstrar, ao ficar sabendo da situação que ocorreu entre os dias três e quatro desse mês. Mas minha análise vai um pouco mais a fundo nessa questão. É engraçado ver como o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), que serve ao poder público, além de ter se tornado um argumento eleitoreiro por parte do governo do RJ, agora serve de contexto para ilegitimar a luta justa de trabalhadores. Isso não é culpa dos soldados da corporação militar, já muito bem retratados nos filmes de José Padilha. Eles acreditam que fazem o bem. O problema é a administração governamental por trás da corporação.

Força Policial e os Bombeiros "vândalos"

Para quem não sabe, um grupo de mais de 400 bombeiros invadiu há uma semana e meia o Quartel Central, no centro da cidade do Rio de Janeiro para reivindicar melhorias salariais na classe. Para reprimir o motim, a cadeira de segurança do governo do estado, enviou o BOPE. Sim, os bombeiros cometeram o crime de motim previsto pelas leis militares. Tenho certeza que eles sabiam disso. Mas isso pode tirar as justificativas levantadas pela classe? Esse ato extremo, com certeza se deu depois de tentativas de diálogos falhos com os representantes. Nada justificaria o ato dos bombeiros? Discordo. Eles fizeram sua voz arder nos ouvidos do estado. Ironicamente, logo depois do "motim", o governo anuncia um reajuste salarial para a classe dos bombeiros. Acham mesmo que se não houvesse o alarde, esse reajuste seria feito? O ato foi longe de ser legal perante a lei, mas isso o transforma em ato anti-ético? É de se pensar. É de pensar também pelo fato de Cabral chorar por causa de royalties de petróleo, ao mesmo tempo que não sente empatia pelo "choro" dos bombeiros.

Mas o que a administração do BOPE tem a ver com isso? Simples. Cabral utiliza-se dessa carta na manga para "sujar" atos justos que possam prejudicar o seu governo. O BOPE virou sinônimo da luta contra o crime e de justiça. Uma corporação formada por incorruptíveis, que são treinados para uma guerra contra o "mal" generalizado da cidade. A imagem da Polícia Militar do estado, ficou muito manchada por conta do sucesso de Tropa de Elite 2 e a corporação "caveira" virou coqueluche nacional. A ação seria muito questionável, segundo a lógica de Cabral, caso a PM tomasse conta da situação. Porém o tiro parece ter saído pela culatra. A entrada do BOPE com armas letais no Quartel, onde as esposas e filhos dos manifestantes se encontravam (e quem disser que isso foi pensado como "escudo" na manifestação, favor pensar antes de falar), foi exposta por vários veículos de comunicação. Cabral foi no mínimo um tanto ingênuo na sua atitude, pois não contava com a repercussão negativa do ato.

Sérgio Cabral ou Sérgio Mobral?

Não sejamos ingênuos também em achar que Folha, Globo, Estadão e outros, fizeram esse "bem social" de informar em detalhes a ação por bondade. Sabemos que Cabral faz parte da base aliada da presidente Dilma e que tais veículos não simpatizam com o PT, sendo um deles de forma declarada. Não sou petista, mas sou estudante de jornalismo e essa prática de cutucar sutilmente aqueles que não agradam, é um tanto hipócrita.

A questão é que nós como cidadãos e os mais de 10 milhões que assistiram Tropa de Elite 2 sabemos (ou deveríamos saber) que o BOPE é uma entidade necessária atualmente, mas que surgiu do descaso do estado com a infraestrutura pública. É um fator reativo e muito específico. O BOPE não pode ser usado como propaganda eleitoral, nem como símbolo da justiça. Ações como a dos bombeiros, se resolvem no diálogo e poderiam ter sido evitadas caso houvesse uma comunicação justa e transparente entre as partes envolvidas.

Capitão Nascimento, símbolo do BOPE

Como diz o bordão do BOPE, "Missão dada é missão cumprida". A pergunta que fica é: Quem dá a missão?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Magneto - Testamento

X-Men: Primeira Classe chegou aos cinemas faz uma semana. Um dos pontos altos do longa é a trama que envolve o jovem Erik Lehnsherr em sua busca por vingança. Muita gente deve ter saído do cinema tocado pela história triste, que envolvia o nazismo e sua caça aos judeus. Como todo mundo sabe, X-Men surgiu nos quadrinhos e as histórias no cinema são adaptações. Para quem sentir curiosidade, a Panini lançou ano passado o encadernado Magneto Testamento, uma história fechada que nos leva à infância de Max Eisenhardt, o nome de batismo do Magneto dos quadrinhos.

Capa Brasileira
A história é bem construída. O "problema" talvez seja criar uma personalidade dócil ao futuro maior vilão mutante. A família de Max é muito boa uns com os outros, sua criação é bem saudável. Fica muito difícil acreditar no enorme desvio de caráter que transformará Max em Magneto. No mínimo, a guerra e toda a tragédia que viveu nos campos de concentração, deixariam o jovem reprimido. Talvez a descoberta de seu poder pode ter mudado tudo.

No mais, é uma bela história e os desenhos de Carmine Di Giandomenico são únicos. O traço pode estranhar no começo por sua simplicidade, mas depois acostuma-se. A maior virtude do desenhista é a dinâmica nas cenas de ação. Tudo parece realmente mover-se como na cena em que Max arremessa uma lança, de ponta de ferro, mais longe que seus colegas de classe. Aliás, é sútil como o autor, Greg Pak, consegue demonstrar a inocência de todos que não percebem o poder mutante de Max. Seu pai diz que o filho tem olhos aguçados. E a medida em que fica mais claro a utilidade dos poderes do jovem Magneto na trama, achamos que eles serão cruciais em momentos angustiantes. Greg Pak caminha o leitor, mas o surpreende de forma gratificante.

A influência de uma das maiores HQ's da história é nítida no roteiro de Pak e também na arte de Giandomenico. Maus está ali, em quase todas as cenas, principalmente quando somos levados à Auschwitz. Não que a HQ tente copiar a obra prima de Art Spiegelman, mas a toma como base, pois os relatos em Maus são os mais verídicos retratados em quadrinhos.




Magneto Testamento não é uma obra prima, mas para os fãs de quadrinhos é uma visão a mais do universo e do passado de um dos maiores vilões (ou não) das HQs.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estado Laico Segundo as Leis de Deus

É interessante notar, como muitas pessoas acham que a República Federativa do Brasil, mais precisamente sua constituição, foi criada de acordo com as leis de Deus. O pior disso, é saber que as pessoas que têm o poder, estão levando tais convicções para dentro de onde deveriam deixa-las de lado. Bolsonaros estão por toda parte e usam e abusam de frases do tipo: "Graças à Deus" "A vontade de Deus" "O senhor Jesus" como argumentos para suas decisões políticas.

Charge de Cau Gomez

Todos fomos surpreendidos no começo do mês passado quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, ou união homoafetiva. Isso foi uma vitória para uma classe tão reprimida na nossa chamada "democracia". Ainda estamos longe de uma nação livre de preconceitos e homofobia, mas este foi um passo muito importante para caminharmos à uma plena democracia (algo que acredito ser quase impossível numa sociedade capitalista, mas tudo bem, estamos tentando ao menos).

Porém, não foi surpresa alguma quando nos deparamos com o contra-ataque de pessoas que não eram a favor de tal direito. Tais pessoas não escondem que seus argumentos são baseados nas leis de Deus, ou seja, são argumentos de base religiosa. Ok, todos têm direito de escolher o caminho que quiser e suas convicções sobre o mundo. Mas o que pouquíssimas pessoas entendem, é que o Brasil é um estado laico. "Mas Melchior, o que significa isso?". Se você realmente não sabe, explico:

Num Estado Laico, o governo NÃO apoia e NÃO se opõe também à questões religiosas, sendo essas para serem tratadas separadamente. Ou seja, não é possível que o governo leve em consideração argumentos religiosos para realizar suas leis. Tais leis também, não podem favorecer qualquer religião. E quando se diz que o estado não se opõe à qualquer religião, isso não quer dizer que ele deve aceitar toda e qualquer reivindicação religiosa.

Pois bem, ao menos o Supremo não levou em conta esses argumentos certo? Bom, não tá sendo bem assim. Ocorre que existe um projeto de lei andando pelo congresso que visa sustar (anular) a união homoafetiva. O Projeto foi criado pelo deputado João Campos de Araújo (PSDB/GO). Porém, como homem da lei (em duas instâncias, pois além de deputado, Araújo é delegado de polícia) o deputado obviamente não poderia fazer esse projeto baseado claramente em questões religiosas. O ponto que o projeto se baseia é de que a Constituição brasileira é clara ao definir a união estável, expressamente entre um homem e uma mulher. Sim, realmente a Constituição define isso. Mas não é essa mesma Constituição que diz no Artigo 3°, item III que a República Federativa do Brasil tem como objetivo fundamental erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais? Ora, a lei de união homoafetiva se inclui aqui! Enquanto isso emendas constitucionais são feitas cada vez para aumentar a pobreza, a marginalização, aumentar as desigualdades sociais. A nossa Constituição é atrasada e foi feita por mãos quase tão vis quanto àquelas da Ditadura. Quando utilizamos desse artifício da emenda para caráter democrático real alguém tenta, usando o mesmo argumento que a valida, invalida-la. E o pior, isso é aceito. No fundo, o deputado esta se baseando em fundamento religioso e fingindo não ver que a constituição não é de Deus. Não foi escrita por Ele. É no mínimo curioso o fato de que o deputado Araújo saiu em carreata junto com outro candidato a deputado estadual, o Pastor Elismar Veiga.

Outdoor do Pastor Silas Malafaia, um dos maiores críticos ao homossexualismo

Enfim, está rolando uma enquete* agora na página oficial da Câmara dos Deputados. Nela, pergunta-se a nós, cidadãos do estado laico, o seguinte:

"Você concorda com o projeto (PDC 224/11) que susta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva?"

São duas respostas possíveis:

"Sim, porque a Constituição é clara ao definir a união estável, a entidade familiar expressamente entre um homem e uma mulher."

"Não, porque com o reconhecimento da união estável os casais do mesmo sexo passam a ter direito a herança, pensão alimentícia e benefícios previdenciários."

Lamentavelmente, o SIM está ganhando. Não sabemos se essa enquete muda alguma coisa, mas pelo menos temos algo a nosso alcance que podemos fazer. Eu já fiz minha parte, independente de religião, orientação sexual ou visões filosóficas. Fiz baseando-me no que nossa própria nação prega: democracia, laicismo, proteção à vida e outras coisas mais.





* A enquete foi encerrada no dia 10, um dia depois da publicação desse post e o SIM venceu (55% contra 45% do NÃO)



terça-feira, 7 de junho de 2011

Promoção Castro

Pessoal, lembram da HQ Castro cujo review você leu com exclusividade aqui? A Editora 8INVERSO vai sortear mais dois exemplares da revista. Se você se interessou, é só fazer o seguinte:

Seguir a @8INVERSO no Twitter e retuitar a mensagem abaixo. Ao atingirmos a marca de 1.000 seguidores, sortearemos os livros e enviaremos gratuitamente. A mensagem a ser retuitada é:

Sigo a @8INVERSO, dei RT nesta mensagem e concorro ao sorteio de exemplares da #HQ CASTRO se a editora atingir mil seguidores!

Boa oportunidade galera. Aproveitem aí!

domingo, 5 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

Juro que eu temia muito por esse filme, depois dos decepcionantes X-Men 3 e X-Men Origens: Wolverine. Quando o elenco e personagens começaram a se formar fiquei mais preocupado ainda (Zoe Kravitz como a mutante Angel? Um cara pra suprir a ausência do Noturno?). Sério, esse filme tinha tudo para ser ruim. Nem o bom diretor Matthew Vaughn (Kick-Ass) parecia que ajudaria. Apenas um detalhe me confortava: Bryan Singer, diretor dos dois primeiros filmes, estava na produção. Bom, o resultado catapultou meu pessimismo la pra Krypton e queimei a língua.



O filme retoma a cena inicial de X-Men - O Filme, em que um jovem Erik Lensherr no campo de concentração e separado dos pais, demonstra pela primeira vez seu poder de magnetismo. Isso atrai a atenção de Dr. Schmidt/Sebastian Shaw (Kevin Bacon) que vai usar Erik para experimentos. No futuro, Erik busca vingança contra Shaw e isso o fará cruzar seu caminho com um jovem Charles Xavier e a CIA, que querem deter um plano megalomaníaco, que inclui a crise dos mísseis em Cuba, do líder do Clube do Inferno.

Os personagens estão muito bem construídos. James McAvoy como o jovem Xavier consegue passar a imagem de um homem cheio de vida (galante e divertido), mas que ao mesmo tempo tem um norte que lhe toma toda a atenção: a pesquisa sobre sua condição de mutante. Temos neste filme uma grande ênfase em Mística que nos dois primeiros filmes foi interpretada por Rebeca Romijn Santos (fazendo um cameo muito bacana), mas que tinha poucas falas, porém presença marcante. Aqui ela é interpretada por Jennifer Lawrence (Inverno da Alma) como uma adolescente naquela fase de aceitação, mas o caso dela é bem mais peculiar. Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) como Magneto, não poderia ter sido escolha melhor. O ódio é nítido em seu olhar durante boa parte do filme, mas Fassbender consegue alternar muito bem para olhares mais fraternos quando necessário. Nicholas Hoult, o (até então) eterno Marcus de Um Grande Garoto faz um Hank McCoy muito competente. Grande, desengonçado, tímido. Um nerd como o próprio Hank na juventude deveria ser. Caleb Jones e Lucas Till fazem respectivamente Banshee e Destrutor, não com tanto destaque quanto os já citados. Destrutor, é Alex Summers. Sim, se você notou que o sobrenome é familiar, está correto. Nos quadrinhos ele é o irmão mais novo de Scott Summers, mais conhecido como Ciclope. Porém o filme não cita qualquer ligação entre os dois. Falha? Provavelmente sim se não fizerem uma sequência que explique melhor essa ligação.


A história é muito bem construída, sem grandes furos, só aqueles pequenos permitidos. Um ponto no mínimo estranho é que o filme parece mais longo do que é. São 2 horas e 10 minutos de projeção, mas as várias situações que ocorrem parecem alongar a trama. Acontece que tudo se fecha perfeitamente no fim. Cenas épicas são construídas e não vão decepcionar amantes de X-Men ou amantes de cinema. É interessante também como o diretor Matthew Vaughn muda o ritmo das imagens na cena em que os mutantes estão treinando seus poderes. É como se fosse um pedaço de algum episódio de X-Men Evolution.

X-Men: Primeira Classe é divertido, mas muito humano, diferente de Thor que apenas diverte. O que faz dele muito melhor. A melhor adaptação de HQ's do ano até agora.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

For Ian

Uma pausa nos posts mais 'sérios' no La Colméia. Esse poema eu fiz exatamente o ano passado quando completavam-se 30 anos sem Ian Curtis, eterno frontman do Joy Division. Particularmente eu gosto desse poema e apesar de não estar no contexto do blog, fica aqui a nossa homenagem (pois sei que todos que escrevem por aqui gostam de Joy Division). Valeuzão e até a próxima!

For Ian


You could have lived.

You could have hold your impulses and break the Isolation.

You could have lived another Twenty Four Hours.

You could have wasted your time with those Dead Souls.

You could have listened to The Sound Of Music just one more time.

You could have lived another three Decades.

But all you would have seen is the Disorder.

And the world breaking like Glass.

You would have seen a world on a constant Day Of The Lords.

A world afraid of exposing it's Failures.

So tonight we make this Ceremony.

We celebrate The Eternal you became.

We understand that the Atmosphere was too much for you.

We understand why Love Will Tear Us Apart.

IC.JD. 18/05/1980

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Resenha - Thor


Thor é o primeiro filme do gênero adaptação de quadrinhos a chegar aos cinemas esse ano. Teremos ainda Capitão América - O Primeiro Vingador e Lanterna Verde fechando o ciclo quadrinhos em 2011. Para fazer esta resenha, é bom frisar o que a Marvel Studios tem como plano com seus últimos filmes lançados. Como visto nos dois primeiros Homem de Ferro e em Incrível Hulk, todos os filmes estão ligados preparando o terreno para um vindouro filme de uma das equipes de super-heróis mais famosas dos quadrinhos: Os Vingadores. Sabe-se então, que o diretor de Thor, Kenneth Branagh, não teve assim tanta liberdade criativa, pois seu filme teria de lidar com referências já propostas pelos antecessores da Marvel. É aí que tenho de dar os parabéns ao que foi feito.

A trama é simples. Thor é um ser de uma Asgard diferente daquela que temos retratada. No filme isso se deve pela percepção equivocada que nós, humanos, obtivemos desses seres que teoricamente são de uma dimensão diferente, mas que está interligada com nosso planeta. Essa Asgard confrontou-se com Os Gigantes de Gelo, que atacaram a Terra em algum momento e assim travaram um guerra sangrenta que acabou com a derrota dos Gigantes. Odin, o "Pai de Todos" de Asgard estabeleceu um acordo de trégua com seus inimigos. É com a história dessa batalha que Odin doutrina seus filhos Thor e Loki, para que um dos dois venha a ser seu substituto como rei de Asgard. Passam-se anos e Thor esta para suceder seu pai, mas no dia de sua posse ocorrem alguns problemas e o deus do trovão acaba por discutir e afrontar Odin, que acaba exilando Thor para que este aprenda sobre humildade. Tudo isso sendo um plano de seu irmão Loki, o deus das "traquinagem". É claro que o "campo de treinamento" de Thor acaba sendo a Terra. Mais precisamente numa cidadezinha do novo México.


Na primeira parte, somos apresentados a Asgard. Claro que trata-se de um lugar surreal, mas toda mitologia é baseada na lógica e percepção humana. Aqui temos um lugar que contém aspectos da nossa realidade, principalmente nos planos interiores. Porém, nos planos onde temos uma visão externa desse mundo novo, é tudo muito pouco empático. O que vemos são monumentos sem fim, mas sem calor humano. Apesar das cores vivas, o ambiente de Asgard é frio. Concreto demais. Somos apresentados ao seus representantes, aos guerreiros da corte, mas pouco se é dito sobre o seu povo. É certo que se o filme acontecesse apenas em Asgard, Kenneth Branagh teria aprofundado essa questão. Nota-se que há um ritmo natural nas cenas que se passam fora do plano terrestre. Mas infelizmente, esse não era o contexto do filme. Quando Thor vai para seu exílio, o filme perde seu ar épico e poético. Nada mais justo, pois estamos nos dias atuais e ainda por cima nos EUA. 

Na parte das atuações, Chris Hemsworth cai bem como Thor. A prepotência inicial do deus nórdico é nítida e bem natural. Uma atuação que surpreende também é a de Tom Hiddleston como Loki. É incrível como o ator expressa o malandro deus nos olhares. O olhar de cachorro abandonado engana muita gente mesmo e chegamos certa hora a ter pena do personagem Anthony Hopkins como Odin não há o que dizer. Hopkins sempre se dá bem em papéis que necessitam de uma intimidação tanto física quanto intelectual. Natalie Portman ainda arranca suspiros com sua beleza, mas dessa vez seu papel não é emblemático, porém cumprido de maneira competente. Não dava pra exigir muito da recém oscarizada. Existem outros personagens que parecem ter grande importância, mas que vão apagando-se durante a projeção. Parece novamente dicas do diretor para dizer que linha ele queria levar com Thor, mas não se esqueçam do início do post. Tudo tem que ser ligado no fim.



É certo que Thor serve de peão para o filme dos Vingadores. Isso fica claro com a chegada do personagem principal ao nosso planeta. A trama fica simples apoiando-se em melodrama romântico. O ritmo cai e apesar de ser baseado em mitologia nórdica, temos uma tragédia grega com toda a parte "catarsica". Apesar disso, não decepciona ou chateia. Quando tem que se fazer dois filmes em um, a chance de sair algo ruim é grande. Mas o diretor segura como pode e consegue dar graça ao que seria uma desgraça. O filme não é um marco, é bem medíocre. Medíocre sem ser ser ruim. Vale a diversão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

3 animações inspiradas no universo 8 bits

Eba, lá vem eu de novo com mais uma lista! Vamos lá, não tô muito afim de escrever e, juro, os vídeos dispensam qualquer introdução ou comentário. Não são novos, mas aposto que nem todos conhecem (eu pelo menos conheci eles não faz uma semana ---- atrasaaaaado, but!).

Espero que gostem :)

1 - A história do mundo e seu triste fim

Deixe de lado o mau-humor tipicamente ateu e se divirta com a história do mundo tal qual a Bíblia nos conta.



2 - Viagem

Animação feita com Lego e música 8 bits. Antes de assistir esse vídeo, recomenda-se não usar drogas (depois tá liberado, ok?!).



3 - O mundo 8 bitizado

Esse curta é incrível. Você vai ficar 2 minutos e meio pensando em como o Patrick Jean, diretor do vídeo, é um filho da p#*%$.



***

Conhece algum que não está nesta lista, mas é tão bom quanto (ou melhor que) estes? Bota nos comentários!

:P

domingo, 1 de maio de 2011

Zimmerman, seus Herdeiros e o Topo de 10 Melhores Covers de Dylan.

Vocês já escutaram a música “Knockin’ On Heaven’s Door” - Guns N’ Roses?
Já ouviram falar de Dylan ???
Realmente todo mundo já ouviu essa famosa música, querendo ou não, e são poucos aqueles que desconhecem Dylan.
Mas e Zimmerman??
Robert Allen Zimmerman nascido em maio de 1941 na cidade de Duluth, músico e compositor de sucesso que passou sua infância escrevendo e contemplando as canções pouco Pop na região de Minnesota (Naquela época o estilo de música gospel era o popular), mas muito tendenciosas para sua época, falamos do Blues e principalmente o Folk Music.
Essas paixões harmoniosas foram as suas primeiras inspirações para começar a dedicar a sua vida à arte musical, ouvindo o rádio escrevia poemas, canções e o que for que um garoto de 10 anos deseje escrever, até desenvolver um tino musical singular. Teve uma vida muito pretensiosa ao sucesso aprendendo violão e piano apenas imitando as músicas que ouvia, já em sua adolescência formou uma banda de blues que durou pouco tempo, pois trocou a guitarra pelo violão e o estilo folk. Foi motivado pelo som de Hank Willians, Little Richard, Johnnie Ray, Muddy Waters, Gene Vicent and the Blue Caps, John Jacob Niles, Odetta, Dave Van Ronk e em destaque Woody Guthrie,
criando então seu próprio estilo musical mesclando essas influências com seu próprio senso artístico.
O nome Zimmerman sequer chegou ao conhecimento do público, esse jovem talentoso de fato obteve muita fama, mas foi atendendo pelo nome artístico Bob Dylan que conquistou a sua própria geração (e todas as próximas), essa idéia era apenas uma referência impulsiva ao poeta galês Dylan Thomas. Um pseudônimo, o talento instrumental prodigioso, o caráter excêntrico, um chapéu, uma gaita de boca cromática, um violão e as composições introspectivas que evidenciavam uma visão crítica, todas essas características tornaram Bob Dylan um ícone na mídia e referência musical, e embora no início não tenha sido sua intenção ele foi um dos revolucionários da música protestante. Simplesmente cansado do cenário em que convivia cercado de guerras e conflitos sócio-políticos como movimentos feministas, o favoritismo aos negros e aos homossexuais, todos esses movimentos de direitos civis eram sustentados pelas suas músicas, juntamente com Joan Baez e Peter, Paul and Mary. Logo foi cercado de estudantes universitários que apoiavam sua música e o levavam como seu porta-voz, e como símbolo da insatisfação e da rebeldia.
Já chegou à escrever o livro “Tarântula”, fez desenhos no livro “Drawn Blank” e pinturas na exposição “The Drawn Blank Series”. Dylan foi um músico que escrevia, escrevia e escrevia praticamente cada momento de sua vida, cada experiência, refletindo assim nas suas letras o protesto, as reclamações, insatisfações e opiniões que amadureciam em sentimentos assim como seu autor. Afinal há várias fases diferentes para suas composições onde chegavam a ser mais particulares visando sua própria experiência, ou a fase cristã logo após seu divórcio de 77 passou a compor música Gospel.

Robert Allen Zimmerman, o Bob Dylan, hoje é uma lenda viva, este ano irá completar 70 anos de idade, com mais de 50 anos de carreira recebendo inúmeras homenagens, tributos e referências de seus diversos fãs.

  • O documentário “No Direction Home” (por Martin Scorsese) narra a carreira de Bob Dylan.
  • O filme “I’m Not There” conta com 6 intérprete de Dylan, Christian Bale (Batman Begins), Richard Gere (Uma Linda Mulher), Heath Ledger ( Batman: O cavaleiro das trevas), Julianne Moore (Magnolia), Cate Blanchett (O aviador) e Charlotte Gainsbourg (21 gramas) que retratam a vida do músico.
  • A banda Radiohead, faz uma breve referência à música “Subterranean Homesick Blues” com sua canção intitulada “Subterranean Homesick Alien” do álbum, OK Computer.
  • David Bowie, em 1971 escreve a uma canção para Dylan justamente a “Song For Bob Dylan”.
  • A HQ de Alan Moore, “Watchmen”, no capítulo X – “Two Riders were Approaching”, faz referência à canção "All Along The Watchtower".
  • A série japonesa Cowboy Bebop (por Shinichiro Watanabe) possui referências, no mangá com um dos capítulos intitulado “Like a Rolling Stone”, e um filme “Heaven’s Door”.
  • O Livro de Jonathan Lethem, “ A Fortaleza da Solidão”, Um dos personagens principais se chama Dylan Edbus.
  • A série Lost, (por Jack Bender, Stephen Willians, Tucker Gates e Paul A. Edwards) uma das cenas da 3ª temporada, possui uma referência ao vídeo “Subterranean Homesick Blues”.
  • O Livro infantil de Paul Rogers, “Forever Young”, referência à canção de mesmo título.
"O movimento foi ampliado por artistas 'folk' como uma filha novaiorquina de imigrantes e um jovem trovador de Minnesota, que souberam captar as dificuldades e as esperanças das pessoas que não eram governadas da mesma maneira, como apenas as canções podem fazer." (Barack Obama em referência à Joan Baez e Bob Dylan).


Muitas músicas de Dylan servem de trilha sonora para filmes e séries sem contar com as bandas e músicos covers espalhados pelos continentes. São cerca de 10 mil músicos, alguns de fama "restrita" apenas à sua região, outros mundialmente famosos, todos eles interpretando as centenas de composições, criando sua própria versão em Punk, Pop, Metal, Rap, Rock, Reggae, Português, Inglês, Japonês, Italiano... não havendo limites em nacionalidade nem em gêneros musicais. Esses covers acabam criando uma grande confusão, como o caso de "Knockin’ on Heaven’s Door", essa excelente composição teve um grande proveito para o Guns N’ Roses que criou sua própria versão de sucesso indubitável fazendo parte do repertório oficial da banda. Para esta música ainda também temos a versão de Eric Clapton, The Byrds,Grateful Dead, The Radiators, o brasileiro Zé Ramalho, Avril Lavigne, Sisters Of Mercy e U2 .
Outra canção com autoria abstrata é "All Along The Watchtower", interpretada principalmente por Hendrix, Allman Brothers Band, Dave Matthews Band, Pearl Jam e Neil Young.

  • Músicos mundialmente famosos como Bee Gees, Pink Floyd, Ramones, Alanis Morissette, Willie Nelson, Elvis Presley, Joe Cocker e Stevie Wonder, também possuem versões covers.
  • As bandas recordistas de covers de Dylan (praticamente ganham a vida com esses covers) são as americanas Ratdog, Jerry Band Garcia, Grateful Dead, The Radiators, Bob Walkenhorst, Max Creek, Cubensis, Yonder Mountain String Band, Tim O’Brien e o Alemão Michel Montecrossa.
  • Nas versões brasileiras, contamos com Engenheiros do Hawaii, Fagner, Renato Russo, Tribo de Jah, Caetano Veloso, além de um álbum de Zé Ramalho, “Zé Ramalho canta Bob Dylan.’
Sem um testamento legal e com apenas 20 anos de idade, Bob Dylan começou a deixar legados para cada apreciador de suas canções e para os músicos das próximas gerações que são tidos como os herdeiros de suas letras, seu estilo e sua atitude, estas sãos as suas heranças fora do testamento, que fazem refletir e inspiram à massa musical. Afinal, o que seria do Guns N’ Roses sem o Zimmerman.

São milhares de versões, que estão listadas no site dylancoveralbums.com

"Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
"
- Dylan Thomas
(trecho de "Do not go gentle into that good night")



A Música ganhou as características da banda grunge de Seattle, assim como All Along The Watchtower, Forever Young, I Shall Be Released, e Times They Are A-Changin’.
(Masters Of War possui versões de Ben Harper, The Roots, Cher e Pete Seeger).

Parte da trilha sonora de I’m Not There, versão do vocalista e guitarrista Jim James e a banda Calexico que possui um instrumental cativante.
(Goin’ to Acapulco possui versões de Black Crowes e The Yoricks)

O talentoso compositor britânico Nick Drake escolheu uma música que se adéqua magistralmente ao seu estilo, assim como sua versão de Tomorrow is a Long Time.
(Don’t Think Twice it’s Alright possui versões de The Allman Brothers Band, Johnny cash, Eric Clapton, Indigo Girls , Elvis Presley, Peter,Paul And Mary, Odetta, Davey Graham, Cher, Joan Baez, Arnaldo Baptista e Zé ramalho)

Música trilha de I’m not there, a banda norte-americana conta com uma melodia de voz de os graves do contrabaixo. Sonic Youth também possui uma versão de Sitting On A Barbed Wire Fence.

Essa versão se torna mais agressiva na voz Zack de La Rocha e ao som da guitarra de Tom Morello, que extraem cada trecho da música como um manifesto.
(Maggie’s farm possui versões de The blues band, Grateful Dead, Richie Haven , The Last Waltz Ensemble, U2 e Muse).

5. The Swell Season & Liam - Forever Young


Os irlandeses Glen Hansard e Liam O Maonlai e a tcheca Markéta Irglová, interpretam uma linda versão de voz, piano e violão. The Swell Season, banda de Makéta e Glen, ainda possui cover de You Ain't Goin' Nowhere. Lembrando também que Glen Hansard e a banda The Frames, tem covers das músicas, You're A Big Girl Now, the Man In Me, Girl From The North Country e Oxford Town, vale a pena escutar todas... (A musica tem ainda tem versões com as bandas, The Pretenders, Johnny Cash Black crowes GarciaJerry Band, Grateful Dead e U2).

4. Richie Havens – Just Like A Woman


O músico americano já chegou a tocar na cerimônia de posse da presidência de Bill Clinton, o que posso dizer é: -"Vão procurar mais músicas dele!".
Ele interpreta diversas músicas de Dylan, como All Along the Watchtower, I Pity The Poor Immigrant, It's All Over Now, Baby Blue Lay Lady Lay, License To Kill, License To Kill, Times They Are A-Changin', Sad-Eyed Lady Of The Lowlands , e Tombstone Blues.

3. Rolling Stones - Like a Rolling Stone


Like a Rolling Stone “coverizada” pelo The Rolling Stones, lembrando que "Rollin' Stone" era uma música de Muddy Waters e foi inspirada nela que a banda auto intitulou-se The Rolling Stones , a música possui versões de Hendrix, Phil Lesh & Friends, Pink Floyd, REM, Ramalho, Zé, Al Stewart , Green Day, B.B King, Bob Marley, e Lenny Kravitz.

2. White Stripes - Love Sick


Particularmente considero essa versão até mesmo melhor do que a original, a dupla Norte-Americana Jack e Meg White criou uma atmosfera peculiar para essa canção assim como para Isis, Ballad Of Hollis Brown, It's Alright Ma, I'm Only Bleeding, One More Cup Of Coffee (Valley Below) e Outlaw Blues.

1. Jimi Hendrix - All along the Watchtower


Óbvio demais? Eu sei, mas é difícil tirar do primeiro lugar o influente Hendrix, considerado por muitos um dos melhores guitarristas ele guia a canção na versão onde uma lenda faz cover de outra lenda.
All Along The Watchtower ainda possui uma versão muito boa de Dave Matthews Band, na minha opinião a banda também soube interpretar muito bem a música.
Hendrix ainda tem versões de Can You Please Crawl Out Your Window?, Drifter's Escape, Like A Rolling Stone e Tears Of Rage.