segunda-feira, 25 de outubro de 2010

À Geração Apolítica

"Odeio falar de política"

Provavelmente, essa frase já foi ouvida, ou até dita, por muitos de nós. Eu garanto que já a pronunciei. Mas o que leva a nossa geração a fazer disso um mantra sequencial?

O momento seria mais que oportuno, porém é nítida a aversão de várias pessoas com política até para um ano de eleições. Notem; ser politizado deveria ser exercício de prática do povo, não apenas surgir em ano de eleições. A preocupação vem com a ausência total do interesse.

Exigir de uma massa pobre, em quase todos os aspectos sociais, uma consciência política, seria errôneo, pois essas pessoas carecem de assistencialismo. Mas exigir de uma classe mais privilegiada uma iluminação de fatos com o que ocorre com aqueles que moldam os interesses, é ponto crucial se quisermos tem um país de democracia plena.

Acontece que a política está doente em nosso país. E aqueles que acham que não se envolvendo na política, estarão deixando de fazer parte da Política, não estão bem esclarecidos. Muitos acham que se apenas contribuirem com seus esforços, sem participar efetivamente de joguetes e tramóias, estão isentos da crítica. Pense bem, no que os outros estão exigindo de você. Que cumpra as leis? Mas o que são as leis? Favorecem à quem? Não é um pensamento fácil, mas se unirmos B e C, encontraremos o A primordial.

Juventude e aqueles que são jovens na mente, pensem com carinho. Vocês são parte de um todo, vocês são responsáveis por se submeterem às ordens e leis. Mas as leis, devem servir a todos nós, devem nos ajudar e não nos perseguir ou nos exigir.

É o recado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SWUrgh!

O tão falado evento já se passou, mas ainda encontra-se morno na percepção tanto de quem foi, quanto para quem acompanhou pela TV. E o Mel Agridoce esteve em dois, dos três dias dessa megaprodução. Mas falemos aqui do percurso que levou o evento até sua realização.

Os boatos do SWU iniciaram-se no primeiro semestre deste ano. E começou de uma forma não lá muito animadora. Primeiramente o evento teria o nome de Woodstock Brasil. Na minha opinião, seria um estigma muito forte tratando sobre o primeiro e marcante festival que ocorreu em 1969. Um festival de vanguarda que quebrou paradigmas artísticos. Será que em 2010, seria possível, no Brasil, um festival dessa carga? Desconfiei. Pois acho que (ainda bem!) o departamento de marketing que organizou o SWU percebeu a mesma coisa (talvez pela repercussão do boato) e trocou o nome do festival. Nascia então, o projeto SWU. Sigla para Starts With Us (Começa Com Nós)! Opa, desculpa. Isso é o que eu gostaria que fosse. O nome completo é Starts With U (Começa Com Você).

Logo no anúncio, bandas começaram a se confirmar. E com isso, confirmou-se que o evento não seria nenhum Woodstock. Linkin Park, Sublime With Rome, Dave Matthews Band. Mas também convenhamos: não estamos em tempos para bandas de um Woodstock. Nada muito contra as bandas citadas. São bem populares até. Agora, o que confirmou mesmo minhas premissas, foi a descoberta de que o evento pertencia aos mesmos organizadores do Maquinaria Festival do ano passado, que trouxe Faith No More. É só comparar os line-ups do Maquinaria Chile com o SWU. E quem esteve ano passado no festival, percebeu que já plantavam-se sementes para o SWU.
Tudo em casa, numa linguagem popular.

Logo, mais bandas foram se confirmando (Rage Against the Machine, The Mars Volta, Queens of The Stone Age, Incubus - não necessariamente nessa ordem) e o festival ganhava cara de um megaevento musical. Mas o SWU quis ser algo mais que isso. Resolveu levantar a bandeira do marketing sustentável. Até aqui, nada de errado.

Semanas sucederam-se, até que foram anunciados os preços para comparecer ao evento. Foram dois tipos de ambientes propostos pelo evento: Pista Comum e Pista Premium (mais uma semelhança com Maquinaria Festival). Os preços eram de R$240,00 para Pista Comum e R$640,00 para Pista Premium, ambos com possíveis de meia entrada. Estava instaurada a primeira polêmica. E não sem razão. Houve quem achou o preço salgado mesmo, temendo o rombo no próprio bolso. Houve um outro grupo que viu ali, uma certa demagogia mediante a proposta do evento (grupo no qual me incluo). Oras, se prega-se um evento cujo tema é sustentabilidade, não teria sentido algum os preços absurdos anunciados. E o primeiro passo para um mundo sustentável, é a não diferença de classes, ou seja, não fez sentido uma Pista Premium. O burburinho se deu na internet. "Xingaram muito no Twitter", diria um fã de Restart. O evento teve que se posicionar quanto às críticas. Primeiro, utilizaram do velho argumento de que, se pegassem o preço de shows realizados por bandas internacionais nos últimos três anos, ultrapassaria o preço dos três dias de SWU. Justo. Mas não para um evento que prega a sustentabilidade conjunta do planeta. Desculpa, mas foi um fail sem réplicas. Logo, pessoas interadas no assunto de festivais de música, constaram que saíria mais barato comprar um pacote de três dias de festivais de fora, o preço seria de R$500, 00 aproximadamente. Para os três dias! Fora a passagem de avião e estadia, claro. Somou-se com o preço do SWU, a localização do evento: Itu, cidade do interior de São Paulo, mais precisamente na Fazenda Maeda, palco de raves eletrônicas. Além de gastar com ingresso, a maioria do público teria que desembolsar grana para transporte. Os organizadores não resistiram às reclamações e fizeram um sistema de desconto temporário. Mais tarde, saberíamos que mesmo assim, a brincadeira custou caro.

O mais importante disso tudo é que o SWU provou-se um evento de mercado e só. A sustentabilidade estava sendo apenas chamariz para patrocinadores. O evento priorizou claramente o lucro para seus organizadores. Quem foi ao evento, presenciou isso e a demagogia ficou inevitável. Falta de estrutura, preços abusivos dentro do evento, público diferenciado. O preço dos ingressos valeu apenas para ver as bandas. Mais sorte da próxima vez.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2


E a "maldição" da boa sequência se concretiza. Aplausos, por favor.

Quando fiquei sabendo do tal filme Tropa de Elite por boca a boca, fiquei irritado. Pensei comigo "é a resposta do estado para Cidade de Deus". O filme que mostraria que bandido bom, é bandido morto. Um filme "stalinista". Privei-em de assisti-lo por muito tempo, com medo de ser influenciado por qualquer retórica que havia ali. Porém, certo dia, foi inevitável. E não é que gostei do filme? Ele deixava claro que era a visão de um policial condicionado e que apenas pratica o que lhe foi imposto. Justo. Era um filme justo. E além disso, um filme muito bom e único. Ao anunciarem a sequência, temi que o resultado poderia ser ruim, quebrando o ritmo de bons sucessores como O Império Contra-Ataca, X-Men 2, Homem-Aranha 2, O Cavaleiro das Trevas. Achava que não haveria o que contar mais, sem parecer propaganda policial.

Pois bem, três anos depois, chega aos cinemas Tropa de Elite 2. E que bom que meus medos foram limados. Alguns pontos precisam de destaque para entendermos a sequência:

- O roteiro é totalmente original, sem ter base um livro, como foi no caso de Tropa de Elite. Isso é muito importante no processo de criação, pois há uma certa liberdade de idéias, sem desrespeitar o antecessor.

- Devido ao sucesso do primeiro filme, a equipe trouxe autonomia artística e comunicativa para este filme. Não que eu acredite que tenha sido a intenção desde o primeiro, mas há uma enorme diferença aqui: não precisou-se agradar esse ou aquele. Como Padilha disse "fiz o filme que queria fazer".

Pronto. Cientes disso, vamos à minha opinião do filme.

O começo do filme nos apresenta uma situação fatídica e tensa. Mas também clichê. Não tiremos o mérito daqui. Tropa de Elite é um filme de caráter popular (pop) e PRECISA utilizar-se de tais técnicas do gênero. Você precisa conversar com o público. A narração em off do agora, Coronel Nascimento (Wagner Moura novamente e novamente excepcional), até brinca com o clichê utilizado em certo momento. Está claro, como da outra vez, que estamos dentro da mente militar do agente do BOPE. Logo na primeira cena, observamos um Nascimento envelhecido, mas mais especificamente, cansado. Olheiras enormes ocupam a região dos olhos. A cor pálida da pele também denuncia, que o momento não é dos melhores na vida. Ponto para a maquiagem.

A história gira em torno das milícias que se formaram no Rio de Janeiro, após Nascimento ser remanejado de cargo, ocupando a cadeira de Sub Secretário de Segurança do Rio. Ele aperta o cerco aos traficantes, aumentando o armamento de sua ex-entidade. Isso não terminou com o crime gerado nas favelas. Policiais corruptos enxergam outro meio de gerar lucro através da corrupção. E quem poderá impedi-los? Claro, que o Estado é responsável por seus empregados, mas o que fazer, quando o próprio Estado, se beneficia da corrupção praticada pelos milicianos? É uma ficção. Mas o que seria da ficção sem a realidade? É através de nossas sensações reais, que criamos a ficção. Padilha apropria-se da realidade para criar a ficção. A realidade está lá, com os policiais, com os políticos, com as empresas, com as pessoas. E com os justos e os injustos. A ficção é o que destrói a realidade. Não foi diferente com Tropa 2.

É com os embates dos personagens que a história se desenvolve. TODOS os personagens são peças chave para a conclusão. Desde o filho de Nascimento, até o governador do Rio de Janeiro. Nascimento é aquele que atraí os conflitos pra si. Como ele mesmo diz, ele gosta da guerra. É um homem de ações. Porém antes, ele tinha uma visão de um lado da guerra. Neste filme, ele se depara com um lado mais escondido. Ou ele é tragado ou ele bate de frente.

No final, decodifiquei que os acontecimentos do filme não ocorreriam, não fossem os embates pessoais ali envolvidos. Quais as chances, da sua ex-esposa, casar-se com um esquerdista? Quais as chances, de um incorruptível do BOPE, chegar até uma cadeira da inteligência do governo? Padilha me mostrou que, hoje somos tão levados por questões pessoais, que são elas que determinam o fluxo dos acontecimentos. Apenas quando o problema invade nosso cotidiano, é que agimos. E na boa, sabemos que o mundo nem sempre foi assim, certo?

Tropa 2 é um filme de caráter popular. Padilha sabe conversar com o público medíocre (no sentido real e não pejorativo) e dar aquilo que eles querem. A cena em que Nascimento espanca o político corrupto, somos todos nós, que nos sentimos lesados por um Estado completamente ausente nas questões que são de suma importância para nossa sociedade, que estamos esmurrando-o. É a justiça, na sua forma mais crua. Tropa 2 é um filme justo.

Para terminar, mediante a justiça que o filme trabalha, somos colocados frente a frente com os problemas da nossa sociedade, com suas mazelas. Há uma certa esperança imposta ali, com o deputado que luta por justiça e com Nascimento vencendo o preconceito. Quando ultrapassarmos as diferenças, estaremos no caminho certo. Apenas unindo força popular, força intelectual e força física, o equilíbrio social será atingido. Pessoalmente concordo. A parte disso, Tropa 2 coloca os problemas na nossa fuça. Não há pra onde correr, nem se esconder. Quem calar, consentirá.

Veredito: Mel da melhor qualidade!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Direto da Colméia

Mel. Quem não gosta dessa maravilha da natureza? Tão doce, tão gostoso de degustar. Nosso paladar vai até as alturas quando o provamos. Seja o mel das laranjeiras, o mel com propólis. Com pão, bolacha, cereal. Ou mesmo puro. Existe alguém que não se delicia com uma colher de mel? Claro que deve existir. Sempre existirão aqueles diferenciados. E batam palmas! É a melhor virtude de um ser, saber apreciar as diferenças. Mostrar-se único.

Aqui neste blog, tentarei mostrar a faceta do Mel. E caberá o leitor, dizer se o Mel é doce ou se o Mel é amargo. Quem sabe salgado? Opinarei sobre assuntos que que estão em pauta ou nem tanto. Se tenho currículo para tal tarefa? Não sei. Você pode me ajudar a descobrir.

E só tem um jeito da gente descobrir: Provando!