quarta-feira, 18 de maio de 2011

For Ian

Uma pausa nos posts mais 'sérios' no La Colméia. Esse poema eu fiz exatamente o ano passado quando completavam-se 30 anos sem Ian Curtis, eterno frontman do Joy Division. Particularmente eu gosto desse poema e apesar de não estar no contexto do blog, fica aqui a nossa homenagem (pois sei que todos que escrevem por aqui gostam de Joy Division). Valeuzão e até a próxima!

For Ian


You could have lived.

You could have hold your impulses and break the Isolation.

You could have lived another Twenty Four Hours.

You could have wasted your time with those Dead Souls.

You could have listened to The Sound Of Music just one more time.

You could have lived another three Decades.

But all you would have seen is the Disorder.

And the world breaking like Glass.

You would have seen a world on a constant Day Of The Lords.

A world afraid of exposing it's Failures.

So tonight we make this Ceremony.

We celebrate The Eternal you became.

We understand that the Atmosphere was too much for you.

We understand why Love Will Tear Us Apart.

IC.JD. 18/05/1980

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Resenha - Thor


Thor é o primeiro filme do gênero adaptação de quadrinhos a chegar aos cinemas esse ano. Teremos ainda Capitão América - O Primeiro Vingador e Lanterna Verde fechando o ciclo quadrinhos em 2011. Para fazer esta resenha, é bom frisar o que a Marvel Studios tem como plano com seus últimos filmes lançados. Como visto nos dois primeiros Homem de Ferro e em Incrível Hulk, todos os filmes estão ligados preparando o terreno para um vindouro filme de uma das equipes de super-heróis mais famosas dos quadrinhos: Os Vingadores. Sabe-se então, que o diretor de Thor, Kenneth Branagh, não teve assim tanta liberdade criativa, pois seu filme teria de lidar com referências já propostas pelos antecessores da Marvel. É aí que tenho de dar os parabéns ao que foi feito.

A trama é simples. Thor é um ser de uma Asgard diferente daquela que temos retratada. No filme isso se deve pela percepção equivocada que nós, humanos, obtivemos desses seres que teoricamente são de uma dimensão diferente, mas que está interligada com nosso planeta. Essa Asgard confrontou-se com Os Gigantes de Gelo, que atacaram a Terra em algum momento e assim travaram um guerra sangrenta que acabou com a derrota dos Gigantes. Odin, o "Pai de Todos" de Asgard estabeleceu um acordo de trégua com seus inimigos. É com a história dessa batalha que Odin doutrina seus filhos Thor e Loki, para que um dos dois venha a ser seu substituto como rei de Asgard. Passam-se anos e Thor esta para suceder seu pai, mas no dia de sua posse ocorrem alguns problemas e o deus do trovão acaba por discutir e afrontar Odin, que acaba exilando Thor para que este aprenda sobre humildade. Tudo isso sendo um plano de seu irmão Loki, o deus das "traquinagem". É claro que o "campo de treinamento" de Thor acaba sendo a Terra. Mais precisamente numa cidadezinha do novo México.


Na primeira parte, somos apresentados a Asgard. Claro que trata-se de um lugar surreal, mas toda mitologia é baseada na lógica e percepção humana. Aqui temos um lugar que contém aspectos da nossa realidade, principalmente nos planos interiores. Porém, nos planos onde temos uma visão externa desse mundo novo, é tudo muito pouco empático. O que vemos são monumentos sem fim, mas sem calor humano. Apesar das cores vivas, o ambiente de Asgard é frio. Concreto demais. Somos apresentados ao seus representantes, aos guerreiros da corte, mas pouco se é dito sobre o seu povo. É certo que se o filme acontecesse apenas em Asgard, Kenneth Branagh teria aprofundado essa questão. Nota-se que há um ritmo natural nas cenas que se passam fora do plano terrestre. Mas infelizmente, esse não era o contexto do filme. Quando Thor vai para seu exílio, o filme perde seu ar épico e poético. Nada mais justo, pois estamos nos dias atuais e ainda por cima nos EUA. 

Na parte das atuações, Chris Hemsworth cai bem como Thor. A prepotência inicial do deus nórdico é nítida e bem natural. Uma atuação que surpreende também é a de Tom Hiddleston como Loki. É incrível como o ator expressa o malandro deus nos olhares. O olhar de cachorro abandonado engana muita gente mesmo e chegamos certa hora a ter pena do personagem Anthony Hopkins como Odin não há o que dizer. Hopkins sempre se dá bem em papéis que necessitam de uma intimidação tanto física quanto intelectual. Natalie Portman ainda arranca suspiros com sua beleza, mas dessa vez seu papel não é emblemático, porém cumprido de maneira competente. Não dava pra exigir muito da recém oscarizada. Existem outros personagens que parecem ter grande importância, mas que vão apagando-se durante a projeção. Parece novamente dicas do diretor para dizer que linha ele queria levar com Thor, mas não se esqueçam do início do post. Tudo tem que ser ligado no fim.



É certo que Thor serve de peão para o filme dos Vingadores. Isso fica claro com a chegada do personagem principal ao nosso planeta. A trama fica simples apoiando-se em melodrama romântico. O ritmo cai e apesar de ser baseado em mitologia nórdica, temos uma tragédia grega com toda a parte "catarsica". Apesar disso, não decepciona ou chateia. Quando tem que se fazer dois filmes em um, a chance de sair algo ruim é grande. Mas o diretor segura como pode e consegue dar graça ao que seria uma desgraça. O filme não é um marco, é bem medíocre. Medíocre sem ser ser ruim. Vale a diversão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

3 animações inspiradas no universo 8 bits

Eba, lá vem eu de novo com mais uma lista! Vamos lá, não tô muito afim de escrever e, juro, os vídeos dispensam qualquer introdução ou comentário. Não são novos, mas aposto que nem todos conhecem (eu pelo menos conheci eles não faz uma semana ---- atrasaaaaado, but!).

Espero que gostem :)

1 - A história do mundo e seu triste fim

Deixe de lado o mau-humor tipicamente ateu e se divirta com a história do mundo tal qual a Bíblia nos conta.



2 - Viagem

Animação feita com Lego e música 8 bits. Antes de assistir esse vídeo, recomenda-se não usar drogas (depois tá liberado, ok?!).



3 - O mundo 8 bitizado

Esse curta é incrível. Você vai ficar 2 minutos e meio pensando em como o Patrick Jean, diretor do vídeo, é um filho da p#*%$.



***

Conhece algum que não está nesta lista, mas é tão bom quanto (ou melhor que) estes? Bota nos comentários!

:P

domingo, 1 de maio de 2011

Zimmerman, seus Herdeiros e o Topo de 10 Melhores Covers de Dylan.

Vocês já escutaram a música “Knockin’ On Heaven’s Door” - Guns N’ Roses?
Já ouviram falar de Dylan ???
Realmente todo mundo já ouviu essa famosa música, querendo ou não, e são poucos aqueles que desconhecem Dylan.
Mas e Zimmerman??
Robert Allen Zimmerman nascido em maio de 1941 na cidade de Duluth, músico e compositor de sucesso que passou sua infância escrevendo e contemplando as canções pouco Pop na região de Minnesota (Naquela época o estilo de música gospel era o popular), mas muito tendenciosas para sua época, falamos do Blues e principalmente o Folk Music.
Essas paixões harmoniosas foram as suas primeiras inspirações para começar a dedicar a sua vida à arte musical, ouvindo o rádio escrevia poemas, canções e o que for que um garoto de 10 anos deseje escrever, até desenvolver um tino musical singular. Teve uma vida muito pretensiosa ao sucesso aprendendo violão e piano apenas imitando as músicas que ouvia, já em sua adolescência formou uma banda de blues que durou pouco tempo, pois trocou a guitarra pelo violão e o estilo folk. Foi motivado pelo som de Hank Willians, Little Richard, Johnnie Ray, Muddy Waters, Gene Vicent and the Blue Caps, John Jacob Niles, Odetta, Dave Van Ronk e em destaque Woody Guthrie,
criando então seu próprio estilo musical mesclando essas influências com seu próprio senso artístico.
O nome Zimmerman sequer chegou ao conhecimento do público, esse jovem talentoso de fato obteve muita fama, mas foi atendendo pelo nome artístico Bob Dylan que conquistou a sua própria geração (e todas as próximas), essa idéia era apenas uma referência impulsiva ao poeta galês Dylan Thomas. Um pseudônimo, o talento instrumental prodigioso, o caráter excêntrico, um chapéu, uma gaita de boca cromática, um violão e as composições introspectivas que evidenciavam uma visão crítica, todas essas características tornaram Bob Dylan um ícone na mídia e referência musical, e embora no início não tenha sido sua intenção ele foi um dos revolucionários da música protestante. Simplesmente cansado do cenário em que convivia cercado de guerras e conflitos sócio-políticos como movimentos feministas, o favoritismo aos negros e aos homossexuais, todos esses movimentos de direitos civis eram sustentados pelas suas músicas, juntamente com Joan Baez e Peter, Paul and Mary. Logo foi cercado de estudantes universitários que apoiavam sua música e o levavam como seu porta-voz, e como símbolo da insatisfação e da rebeldia.
Já chegou à escrever o livro “Tarântula”, fez desenhos no livro “Drawn Blank” e pinturas na exposição “The Drawn Blank Series”. Dylan foi um músico que escrevia, escrevia e escrevia praticamente cada momento de sua vida, cada experiência, refletindo assim nas suas letras o protesto, as reclamações, insatisfações e opiniões que amadureciam em sentimentos assim como seu autor. Afinal há várias fases diferentes para suas composições onde chegavam a ser mais particulares visando sua própria experiência, ou a fase cristã logo após seu divórcio de 77 passou a compor música Gospel.

Robert Allen Zimmerman, o Bob Dylan, hoje é uma lenda viva, este ano irá completar 70 anos de idade, com mais de 50 anos de carreira recebendo inúmeras homenagens, tributos e referências de seus diversos fãs.

  • O documentário “No Direction Home” (por Martin Scorsese) narra a carreira de Bob Dylan.
  • O filme “I’m Not There” conta com 6 intérprete de Dylan, Christian Bale (Batman Begins), Richard Gere (Uma Linda Mulher), Heath Ledger ( Batman: O cavaleiro das trevas), Julianne Moore (Magnolia), Cate Blanchett (O aviador) e Charlotte Gainsbourg (21 gramas) que retratam a vida do músico.
  • A banda Radiohead, faz uma breve referência à música “Subterranean Homesick Blues” com sua canção intitulada “Subterranean Homesick Alien” do álbum, OK Computer.
  • David Bowie, em 1971 escreve a uma canção para Dylan justamente a “Song For Bob Dylan”.
  • A HQ de Alan Moore, “Watchmen”, no capítulo X – “Two Riders were Approaching”, faz referência à canção "All Along The Watchtower".
  • A série japonesa Cowboy Bebop (por Shinichiro Watanabe) possui referências, no mangá com um dos capítulos intitulado “Like a Rolling Stone”, e um filme “Heaven’s Door”.
  • O Livro de Jonathan Lethem, “ A Fortaleza da Solidão”, Um dos personagens principais se chama Dylan Edbus.
  • A série Lost, (por Jack Bender, Stephen Willians, Tucker Gates e Paul A. Edwards) uma das cenas da 3ª temporada, possui uma referência ao vídeo “Subterranean Homesick Blues”.
  • O Livro infantil de Paul Rogers, “Forever Young”, referência à canção de mesmo título.
"O movimento foi ampliado por artistas 'folk' como uma filha novaiorquina de imigrantes e um jovem trovador de Minnesota, que souberam captar as dificuldades e as esperanças das pessoas que não eram governadas da mesma maneira, como apenas as canções podem fazer." (Barack Obama em referência à Joan Baez e Bob Dylan).


Muitas músicas de Dylan servem de trilha sonora para filmes e séries sem contar com as bandas e músicos covers espalhados pelos continentes. São cerca de 10 mil músicos, alguns de fama "restrita" apenas à sua região, outros mundialmente famosos, todos eles interpretando as centenas de composições, criando sua própria versão em Punk, Pop, Metal, Rap, Rock, Reggae, Português, Inglês, Japonês, Italiano... não havendo limites em nacionalidade nem em gêneros musicais. Esses covers acabam criando uma grande confusão, como o caso de "Knockin’ on Heaven’s Door", essa excelente composição teve um grande proveito para o Guns N’ Roses que criou sua própria versão de sucesso indubitável fazendo parte do repertório oficial da banda. Para esta música ainda também temos a versão de Eric Clapton, The Byrds,Grateful Dead, The Radiators, o brasileiro Zé Ramalho, Avril Lavigne, Sisters Of Mercy e U2 .
Outra canção com autoria abstrata é "All Along The Watchtower", interpretada principalmente por Hendrix, Allman Brothers Band, Dave Matthews Band, Pearl Jam e Neil Young.

  • Músicos mundialmente famosos como Bee Gees, Pink Floyd, Ramones, Alanis Morissette, Willie Nelson, Elvis Presley, Joe Cocker e Stevie Wonder, também possuem versões covers.
  • As bandas recordistas de covers de Dylan (praticamente ganham a vida com esses covers) são as americanas Ratdog, Jerry Band Garcia, Grateful Dead, The Radiators, Bob Walkenhorst, Max Creek, Cubensis, Yonder Mountain String Band, Tim O’Brien e o Alemão Michel Montecrossa.
  • Nas versões brasileiras, contamos com Engenheiros do Hawaii, Fagner, Renato Russo, Tribo de Jah, Caetano Veloso, além de um álbum de Zé Ramalho, “Zé Ramalho canta Bob Dylan.’
Sem um testamento legal e com apenas 20 anos de idade, Bob Dylan começou a deixar legados para cada apreciador de suas canções e para os músicos das próximas gerações que são tidos como os herdeiros de suas letras, seu estilo e sua atitude, estas sãos as suas heranças fora do testamento, que fazem refletir e inspiram à massa musical. Afinal, o que seria do Guns N’ Roses sem o Zimmerman.

São milhares de versões, que estão listadas no site dylancoveralbums.com

"Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
"
- Dylan Thomas
(trecho de "Do not go gentle into that good night")



A Música ganhou as características da banda grunge de Seattle, assim como All Along The Watchtower, Forever Young, I Shall Be Released, e Times They Are A-Changin’.
(Masters Of War possui versões de Ben Harper, The Roots, Cher e Pete Seeger).

Parte da trilha sonora de I’m Not There, versão do vocalista e guitarrista Jim James e a banda Calexico que possui um instrumental cativante.
(Goin’ to Acapulco possui versões de Black Crowes e The Yoricks)

O talentoso compositor britânico Nick Drake escolheu uma música que se adéqua magistralmente ao seu estilo, assim como sua versão de Tomorrow is a Long Time.
(Don’t Think Twice it’s Alright possui versões de The Allman Brothers Band, Johnny cash, Eric Clapton, Indigo Girls , Elvis Presley, Peter,Paul And Mary, Odetta, Davey Graham, Cher, Joan Baez, Arnaldo Baptista e Zé ramalho)

Música trilha de I’m not there, a banda norte-americana conta com uma melodia de voz de os graves do contrabaixo. Sonic Youth também possui uma versão de Sitting On A Barbed Wire Fence.

Essa versão se torna mais agressiva na voz Zack de La Rocha e ao som da guitarra de Tom Morello, que extraem cada trecho da música como um manifesto.
(Maggie’s farm possui versões de The blues band, Grateful Dead, Richie Haven , The Last Waltz Ensemble, U2 e Muse).

5. The Swell Season & Liam - Forever Young


Os irlandeses Glen Hansard e Liam O Maonlai e a tcheca Markéta Irglová, interpretam uma linda versão de voz, piano e violão. The Swell Season, banda de Makéta e Glen, ainda possui cover de You Ain't Goin' Nowhere. Lembrando também que Glen Hansard e a banda The Frames, tem covers das músicas, You're A Big Girl Now, the Man In Me, Girl From The North Country e Oxford Town, vale a pena escutar todas... (A musica tem ainda tem versões com as bandas, The Pretenders, Johnny Cash Black crowes GarciaJerry Band, Grateful Dead e U2).

4. Richie Havens – Just Like A Woman


O músico americano já chegou a tocar na cerimônia de posse da presidência de Bill Clinton, o que posso dizer é: -"Vão procurar mais músicas dele!".
Ele interpreta diversas músicas de Dylan, como All Along the Watchtower, I Pity The Poor Immigrant, It's All Over Now, Baby Blue Lay Lady Lay, License To Kill, License To Kill, Times They Are A-Changin', Sad-Eyed Lady Of The Lowlands , e Tombstone Blues.

3. Rolling Stones - Like a Rolling Stone


Like a Rolling Stone “coverizada” pelo The Rolling Stones, lembrando que "Rollin' Stone" era uma música de Muddy Waters e foi inspirada nela que a banda auto intitulou-se The Rolling Stones , a música possui versões de Hendrix, Phil Lesh & Friends, Pink Floyd, REM, Ramalho, Zé, Al Stewart , Green Day, B.B King, Bob Marley, e Lenny Kravitz.

2. White Stripes - Love Sick


Particularmente considero essa versão até mesmo melhor do que a original, a dupla Norte-Americana Jack e Meg White criou uma atmosfera peculiar para essa canção assim como para Isis, Ballad Of Hollis Brown, It's Alright Ma, I'm Only Bleeding, One More Cup Of Coffee (Valley Below) e Outlaw Blues.

1. Jimi Hendrix - All along the Watchtower


Óbvio demais? Eu sei, mas é difícil tirar do primeiro lugar o influente Hendrix, considerado por muitos um dos melhores guitarristas ele guia a canção na versão onde uma lenda faz cover de outra lenda.
All Along The Watchtower ainda possui uma versão muito boa de Dave Matthews Band, na minha opinião a banda também soube interpretar muito bem a música.
Hendrix ainda tem versões de Can You Please Crawl Out Your Window?, Drifter's Escape, Like A Rolling Stone e Tears Of Rage.