quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Topo 4+1 - Piores substitutos das HQ's
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Enquete!
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
As Virgens Suicidas
Produzido por Francis Ford Coppola e baseado em um romance homônimo de Jeffrey Eugenides, As Virgens Suicidas mostra a fase final da vida de cinco irmãs do ponto de vista de um grupo de garotos que cultivam grande fascinação por elas. É importante mencionar a diferença de idade entre elas que é de apenas um ano, o que significa que o cenário consiste em uma casa onde vivem simultaneamente cinco garotas na adolescência. Mantidas pelos pais autoritários e religiosos em isolamento domiciliar, as irmãs Lisbon tornam-se ídolos inalcançáveis para os meninos que, sendo seus vizinhos e frequentando a mesma escola, analisam e especulam sobre cada aspecto da vida delas que são capazes de observar. Da perspectiva da narração (feita por Giovani Ribisi, ator que também está presente na obra posterior da diretora, Encontros e Desencontros), um desses garotos tenta, a partir dessa obsessão, entender os motivos que as levaram a cometer suicídio (quem disser que é spoiler, leia o título do filme) de uma maneira no mínimo bizarra. Com uma direção inspirada e controversa, Sofia conta em um turbilhão de cores, gestos e expressões uma história poderosa e comovente. A fotografia do filme é delicada, feminina e incitante, exibindo em muitos momentos um brilho ofuscante e uma aura sonhadora. A trilha sonora é impecável, contando com a introspecção eletrônica da maravilhosa banda francesa “Air” e algumas faixas da banda de rock “Sloan”.
O pontapé inicial do enredo é a tentativa de suicídio da irmã mais nova Cecilia, logo de cara deixando claro que a melancolia dessa história não será manipulada pelos recursos clássicos de suspense e drama que normalmente vemos em filmes que focam a natureza feminina – os girl flicks. Em vez disso, a diretora carrega sutilmente ao longo do filme a tristeza de uma vida limitada por dogmas culturais no contexto da juventude dos subúrbios americanos. Geralmente ao assistir a filmes que relatam “dramas adolescentes”, o que se vê é uma verborragia um tanto novelesca, além de conflitos banais que acabam por serem resolvidos magicamente por fórmulas igualmente banais.
O diferencial dessa obra é que para entender o que se passa com as irmãs Lisbon, é preciso acima de tudo observar atentamente aos detalhes, que são o ponto forte desse filme. Um bom exemplo é a cena do cinema, em que o talento de Sofia consegue de uma belíssima maneira transmitir as emoções implícitas na situação proposta, e com apenas uma frase, culminar no grande clímax da história do carismático casal que lidera o elenco das personagens, Kirsten Dunst e Josh Hartnett. Alguns críticos atiraram tomates dizendo que as personagens são superficiais e mal construídas, quando na verdade, para um observador externo, é impossível definir os sentimentos e anseios que ditam o comportamento de pessoas reais e, consequentemente, o que se vê pode não fazer perfeito sentido dentro dos parâmetros de uma história linear simplesmente por não conhecer o contexto das vidas delas por completo.
Para enxergar a realidade da (des)motivação dessas garotas é preciso imaginar o que não se vê, através de gestos e detalhes, justamente como fazem os garotos que espionam as vizinhas com binóculos para satisfazer sua curiosidade. Compreender plenamente o que se passa com elas é uma tarefa impossível, afinal sabemos que muitos pais passam a vida toda sem ter a menor pista de quem seus filhos realmente são. No final o espectador ainda se encontra sem saber exatamente o que concluir, deparando-se com um desfecho ambíguo e aberto a diversas interpretações diferentes, o que faz jus ao peso dessa história e ao realismo das circunstâncias em que ela toma forma.
Com atuações sensíveis de Kathleen Turner e James Woods, As Virgens Suicidas é um filme que pode comover ambos os gêneros, especialmente para o cinéfilo que gosta de analisar as personagens sem que sua caracterização seja mastigada e entregue de bandeja pelo autor. Não é um filme fácil, mas não pelos motivos óbvios. É perfeitamente inteligível mesmo para o espectador mais leigo, porém exige um total envolvimento com a trama e as personagens para que se compreenda o que ele realmente tem de melhor. A princípio, na história pode parecer que existe uma falta de propósito, mas pra quem gosta do Cinema que expressa através da linguagem visual, é um prato cheio e uma deliciosa viagem de sutileza e melancolia.
(Resenha publicada originalmente em Vortex Cultural, 25 de Maio de 2010)
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Meus 5 clipes favoritos dos anos 80
Vou dar uma de Rob Fleming pra relaxar, descontrair, com uma listinha amiga e educativa dos meus clipes favoritos dos anos 80.
Quem me conhece sabe que não sou afeito aos padrões, surreal, mestre de cerimônias loucas e outras bobagens. Minhas preferências estéticas não poderiam ser diferentes.
Bem, vamos lá, vou começar com um light:
Tears For Fears - Sowing the Seeds of Love
A banda, pra quem não conhece (duvido que alguém não conheça ao menos Shout ou Everybody wants to rule the world, mas), é inglesa e toca um pop rock com sintetizadores cheios de vigor, assim como a voz de Orzabal, além de possuir letras sobre os sentimentos mais primários do ser humano. É simplesmente foda.
O clipe que escolhi deles é o mais psicodélico e simbólico possível, dirigido pelo grande Jim Blashfield (que trabalhou com o Talking Heads e, recentemente, colaborou com o Weird Al Yankovic). Sowing the seeds of love chegou a ganhar dois prêmios na MTV: de melhores efeitos especiais e de vídeo inovador.
Soft Cell - Tainted Love
Esta música todo mundo conhece, daquelas baladinhas anos 80 ou das festas de aniversário dos pais.
Soft Cell é uma banda de new wave que também se deu muito bem com os sintetizadores. Fez muito sucesso com esta música, gravada originalmente por Gloria Jones, mas eles têm outras músicas tão interessantes quanto, mais perversas, sombrias, irreverentes. Recomendo o CD Non-Stop Erotic Cabaret :)
O clipe, não sei se sou exagerado, contém cenas com referências ao homossexualismo (todo mundo vestido como os romanos, um negão sem camisa fazendo ventinho nas costas do Marc, et cetera) e à pedofilia, afinal, o cara tá cantando Tainted Love para uma garotinha! Sou maluco, imagino coisas?! Não sei, assista o clipe e depois responda nos comentários:
Devo - That's Good
Não sei definir Devo. É rock, é industrial, é pop, tem sintetizador, é estranho, é distópico, é futurista (daquela safra que só a década de 80 poderia ter produzido).
Devo vem de devo-lution, não devolução, mas de-evolução, a fase que o ser humano está vivendo, de acordo com eles, de regresso, de atraso mental, vamos voltar às cavernas!
O clipe de That's Good é fantástico, nostálgico (pra mim), irônico, provocante. Aliás, chegou até a ser barrado pela censura, por causa das cenas em que uma batata frita penetra uma rosquinha e em seguida surge uma mulher um pouco agitada, nua hahaha. Imperdível!
Alphaville - Sounds Like a Melody
Devo confessar que não conhecia nada de Alphaville, além de Big in Japan, até um mês atrás, quando uma amiga apresentou esta música, à qual me viciei em menos de 30 segundos.
Alphaville é um grupo alemão de new wave, fez um PUTA sucesso com seu primeiro CD, Forever Young e depois baixou a bola, ao menos no mainstream.
O tema desta música me lembra muito videogame, a agilidade do sintetizador e o clima que ele cria. Um vídeo simples que, a partir da metade, fica estranho e ganha meu coração (owwwnnnn *-*)
Culture Club - Karma Chameleon
Conheci o Culture Club no ensino médio, mais especificamente nas aulas de filosofia com o Kaká Altheman. A gente passava aulas assistindo os clipes dele, pode isso, Arnaldo? Era maravilhoso!
O Culture Club fez parte de um "mini-movimento" musical e estético chamado New Romanticism, que revivia o imaginário punk, a música pop eletrônica, o visual extravagante. A banda se desfez em meados de 80 por causa dos problemas de Boy George com as drogas e depois se refez sem ele. Uma pena, Culture Club sem ele é nada.
O clipe de Karma Chameleon foi dirigido por Steve Barron, que também trabalhou com A-Ha e Dire Straits. Gosto da frase que Boy George usa para explicar a canção:
"The song is about the terrible fear of alienation that people have, the fear of standing up for one thing. It's about trying to suck up to everybody. Basically, if you aren't true, if you don't act like you feel, then you get Karma-justice, that's nature's way of paying you back".
Eis, então:
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É isso, deixei de citar zilhões de grupos, não coloquei nenhum brasileiro. Não é preconceito, é que não tenho clipe favorito dos grupos daqui e desta época. Curtiu? Tem algum clipe que gostaria de me indicar? Qual o seu favorito desta década? Coloque aí nos comentários e vamos complementando o post e relembrando o passado.
;)
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Música Contemporânea e a Rótulomania
Is This It dos Strokes: expoente da cena Indie |
The Clash. O Punk no seu ápice |
A Comédia de Situação
Nesse argumento, quero falar sobre a TV Paga.
Community – A Salvação
Metahumor. Algo como “piadas sobre piadas”, ou o sarro tirado às próprias custas. Essa é a estratégia principal de Community, uma proposta honesta baseada no princípio de que nós não precisamos ser anestesiados, e sim incitados. Eu não vou fazer sinopse ou resenha sobre a série, porque considero bem melhor a forma como ela própria se apresenta ao espectador. Eu não preciso dizer que envolve um grupo de pessoas muito diferentes entre si que interagem em um contexto comum. Clássico. O seu principal diferencial está em um dos personagens: Abed Nadir. Abed é um excêntrico palestino-americano viciado em cultura pop que serve como uma conexão entre o público e os personagens. Em vez de “derrubar a quarta parede”, ele simplesmente abre uma “janela” para o espectador ao fazer constantes análises dos acontecimentos ao seu redor como se a sua “realidade” de fato fizesse parte de um seriado da TV, permitindo assim que possamos estar perfeitamente cientes das mensagens e ideias que serão transmitidas em cada episódio. A série também evita cair na mesmice experimentando continuamente com diversos formatos através de paródias em investidas ousadas e inusitadas. A rapidez, acidez e sofisticação do humor no roteiro permitem que o politicamente incorreto e o contra-cultural tenham o seu devido espaço, promovendo o desvirtuamento de conceitos conservadores, uma das mais valiosas ferramentas para se exercitar a nossa consciência de mundo e fugir do condicionamento geral por parte da propaganda que reina em toda a grande mídia. Não se deixe enganar: é sim possível rir e refletir ao mesmo tempo. Community está aí para quem quiser experimentar, e mesmo aqueles que não costumam assistir seriados podem abrir essa exceção.
Incluí acima o vídeo de uma sequência completa do final de um dos episódios. Espero que consiga ilustrar o que tentei descrever sobre os aspectos marcantes da série.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Da Estante - O Livro Negro de André Dahmer
Emir Saad, O Monstro de Zazanov |
Acho que não preciso dizer que é uma literatura excelente, certo? É preciso estar com a mente aberta e pronto para se assustar em algumas horas. Mas tenha em mente que o objetivo de Dahmer nunca é atacar o lado pessoal do leitor, mas sim, de provoca-lo a pensar melhor sobre seu conceito de cidadão do mundo. E tudo que ele faz é expor a realidade na forma de desenho.
Quadrinhos dos Anos 10 |
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
"Anarchy In Egypt"
Povo egípcio comemorando renúncia de Mubarak |
As duas palavras estão ligadas, porém são totalmente diferentes. Ainda hoje, se tem uma visão distorcida do real significado de anarquia. "Esses anarquistas!". A vertente política da anarquia tornou-se um pejorativo de pessoas...caóticas. Vamos dissecar a palavra para entendermos melhor?
Anaraquia:
Do grego αναρχία (anarkhia), cujas raízes são: αν(α), an(a), "sem", e αρχ(ος), arkh(os), "governador, autoridade". (Fonte: Wikcionário http://pt.wiktionary.org/wiki/Anarquia)
Já o caos, tem muitas definições. Mas basicamente, o caos seria o nada, a ausência de fatos ordenados. Vem do grego χάος, que significa abismo tenebroso.
Ou seja, são duas palavras bem diferentes. Note que anarquia é basicamente "ausência de poder", quando o caos é "ausência de ordem". Sim, existe ordem na anarquia. Uma ordem clamada pelo povo, uma ordem que será escolhida após o caos.
“Um dos traços fundamentais da inteligência é a capacidade de operar distinções”
Que a anarquia no Egito seja comemorada. Que ela se espalhe pelo mundo, pois ela é o passo ideal para a liberdade. Que a liberdade de escolher nosso destino seja o nosso destino.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Yojimbo e Algumas Kurosawices
rural x urbano;
família x facção;
espada x arma de fogo;
honra x corrupção.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Cinema Atual e Pipocas
Cinema,
eu gosto, você gosta.
A humanidade gosta.
Tem gente que só gosta da pipoca...
Cinema, a sétima arte, do grego: κίνημα – kinema - "movimento"...
Antes de mais nada, devemos deixar isso bem claro:
O Cinema é uma arte!
Que começou por ali, quando as pinturas “viraram” fotografias e as fotografias “sentiram necessidade” de movimentar-se. (histórias que aparecerão por aqui com o decorrer do tempo).
Você gosta de cinema ou você gosta de arte?
Em uma rápida análise podemos verificar que o “cinema arte”, aquele lá do início, há tempos já não existe mais e, quando existe tem bilheterias e repercussão pífias.
O “cinema arte” é composto de ideais, de valores. O “cinema arte” é humano.
Hmm... “Mas Anderson, o intuito do cinema não é entreter o espectador?”
Sim, como toda a arte. Porém para isso não é necessário imbecilizar, desviar e porque não dizer, ofender a inteligência das pessoas.
Enlatados, pasteurizados, “sem sal”.
Todos esses termos descrevem muito bem os campeões de bilheteria dos últimos tempos, de um período do cinema onde o diretor deixou a arte um pouco de lado e passou a preocupar-se apenas com as rendas da bilheteria.
Tecnologia? Efeitos especiais e computação gráfica?
São ótimos recursos para engrandecer qualquer história. Mas há a necessidade de existir uma história (ou estória, enfim...)
Bons atores e boas atrizes tem sido coadjuvantes para rapazes e moças que tem qualidade duvidosa até em seus seriados para TV de origem ou no programa ao qual apresentam.
Roteiros?
A maioria deles ensina (ou doutrina?) que o crime compensa sim e que o cara “bacana”, o cidadão “ideal” é o paspalho, é o pateta, é o babaca...
Talvez, o que vemos nas telas hoje, seja reflexo direto da completa inversão de valores que temos na sociedade.
Mas ok, existem filmes que ainda hoje conseguem resgatar toda aquela história de valores que eu comentei lá no início. Porém, são as exceções. E, é exatamente aí que está o problema, pelo menos aos meus olhos...
Cinema, eu gosto, você gosta.
A humanidade gosta.
Tem gente que só gosta da pipoca...
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
A Importância de Ser Coletivo
Resenha - O Guerreiro Silencioso
Ultimamente tenho ganhado gosto por romances históricos. Experimentei há mais ou menos um ano alguns dos livros do Bernard Cornwell, e devo dizer: fui fisgado. Hoje em dia a temática da História medieval da Europa me fascina, e foi justamente esse fascínio que me levou a assistir a essa pérola meio-dinamarquesa, meio-britânica. O filme ganhou muito hype em 2010, devido a sua participação nos Festivais de Veneza e Toronto, e merece a atenção daqueles que prezam o Cinema bem executado.
Mads Mikkelsen, o ator de perfil macabro que interpretou o vilão do reboot da franquia 007 em 2006, protagoniza os 90 minutos congelantes desse tapa-na-cara visual. One-eye, como ele é chamado por ter um dos olhos costurados, é apresentado sujo, acorrentado e enjaulado. Apesar de sua percepção de profundidade defeituosa, One-eye é um guerreiro intrépido e praticamente invencível em sua frieza psicótica. “Sangue no olho” é uma ótima expressão para descreve-lo. Os eventos mostrados no início do filme representam uma espécie de “briga de galo” com seres humanos, em que prisioneiros cobertos de pinturas corporais célticas lutam até a morte pelas apostas de seus senhores. Nessas circunstâncias podemos conferir a força derradeira de One-eye, que mesmo amarrado pelo pescoço consegue vencer o duelo em favor do seu senhor.
Frequentemente trocado entre diferentes senhores, pois ninguém é capaz de mante-lo por muito tempo, One-eye é passado pra frente. Sua natureza brutal garante a alta rotatividade de seus “serviços”. Durante a passagem, ele consegue se libertar com a ajuda do garoto Are, que no grupo de seu antigo dono era encarregado de alimenta-lo. Os dois se tornam livres e formam um pacto silencioso. Pouco depois, eles encontram um grupo de cristãos em Cruzada (peregrinos viajando rumo ao que hoje é a Palestina, em busca de terra e tesouros). Para sobreviverem, juntam-se ao grupo e partem com eles em um barco. A Terra Santa, a terra prometida os aguardava. Jerusalem, o reino de Deus, que é deles por direito, direito adquirido por serem cristãos, por seguirem a cruz. Mas o desígnio do acaso discorda e não apoia a sua jornada. Uma forte neblina os engole durante a viagem, e eles acabam em uma terra sombria desconhecida, onde encontram o seu inexorável destino. Em nenhum momento vemos sinais claros da nacionalidade de nenhum dos personagens. Só se pode especular. O sangue é brilhante e jorra bruscamente. Não há slow motion. Não há trilha sonora: o silêncio acompanha a carnificina. O ponto mais forte do filme é, de longe, a estética. Cenários maravilhosos, figurino impecável e uma direção fria de Nicolas Refn. Pode-se dizer que o roteiro é limitado, mas somente para aqueles que estão acostumados ao cinema excessivamente comercial. Há pouquíssimos diálogos, e apenas alguns deles são esclarecedores em relação ao enredo. É possível que para aqueles que desconhecem o contexto histórico da Europa em 1000 dC o filme não faça o menor sentido. É preciso ter em mente a realidade da Idade das Trevas, o embate entre os cristãos e os pagãos, e também os constantes conflitos entre as diversas tribos e etnias que habitavam a região naquela época. O enredo precisa ser deduzido pelo que se vê, pensa e sabe. Ele não será explicado, mastigado e dado de bandeja por um narrador. Não há uma introdução que situe o espectador no contexto da história. O filme está lá, os acontecimentos são exibidos magistralmente, mas as conclusões finais ficam a cargo exclusivo do espectador. Os detalhes são importantes e o que é dito, embora seja pouco, tem muito significado. O filme é introspectivo e foge completamente do padrão do mainstream. Vale a pena ser conferido por sua indiscutivel beleza estética e, acima de tudo, por sua riqueza em simbolismos misteriosos.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Resenha - O Vencedor
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Resenha - Cisne Negro
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Resenha - Desista! E Outras Histórias de Franz Kafka
O traço de Kuper é incrivelmente envolvente. Nota-se uma mistura de abstração com toques comuns de padrões de quadrinhos. Kuper consegue utilizar do próprio ambiente de um "enquadramento" para dar justaposição à uma página, o que faz a leitura fluir sem problemas. Aliás, a justaposição da obra, são os pontos fortes. Kuper pareceu não deixar os famosos quadros se adaptarem aos desenhos, mas fez o caminho contrário. O enquadramento parece ser obrigado a moldar-se com o traço. Seu traço quase chargista, flerta tranquilamente com o surrealismo, também implícito na escrita de Kafka.
Sobre o trato da Conrad com a obra, há pontos positivos e negativos. É quase um formatinho, mas com material consistente. No final, tem-se uma página inteira com referência das obras de Kafka e seus títulos originais, o que raramente acontece de forma clara em muitas publicações.
Desista! é um prato cheio para quem gosta de experimentalismo em quadrinhos, pois foge do lugar comum e dá um nova referência para outras leituras de HQ's.