domingo, 5 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

Juro que eu temia muito por esse filme, depois dos decepcionantes X-Men 3 e X-Men Origens: Wolverine. Quando o elenco e personagens começaram a se formar fiquei mais preocupado ainda (Zoe Kravitz como a mutante Angel? Um cara pra suprir a ausência do Noturno?). Sério, esse filme tinha tudo para ser ruim. Nem o bom diretor Matthew Vaughn (Kick-Ass) parecia que ajudaria. Apenas um detalhe me confortava: Bryan Singer, diretor dos dois primeiros filmes, estava na produção. Bom, o resultado catapultou meu pessimismo la pra Krypton e queimei a língua.



O filme retoma a cena inicial de X-Men - O Filme, em que um jovem Erik Lensherr no campo de concentração e separado dos pais, demonstra pela primeira vez seu poder de magnetismo. Isso atrai a atenção de Dr. Schmidt/Sebastian Shaw (Kevin Bacon) que vai usar Erik para experimentos. No futuro, Erik busca vingança contra Shaw e isso o fará cruzar seu caminho com um jovem Charles Xavier e a CIA, que querem deter um plano megalomaníaco, que inclui a crise dos mísseis em Cuba, do líder do Clube do Inferno.

Os personagens estão muito bem construídos. James McAvoy como o jovem Xavier consegue passar a imagem de um homem cheio de vida (galante e divertido), mas que ao mesmo tempo tem um norte que lhe toma toda a atenção: a pesquisa sobre sua condição de mutante. Temos neste filme uma grande ênfase em Mística que nos dois primeiros filmes foi interpretada por Rebeca Romijn Santos (fazendo um cameo muito bacana), mas que tinha poucas falas, porém presença marcante. Aqui ela é interpretada por Jennifer Lawrence (Inverno da Alma) como uma adolescente naquela fase de aceitação, mas o caso dela é bem mais peculiar. Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) como Magneto, não poderia ter sido escolha melhor. O ódio é nítido em seu olhar durante boa parte do filme, mas Fassbender consegue alternar muito bem para olhares mais fraternos quando necessário. Nicholas Hoult, o (até então) eterno Marcus de Um Grande Garoto faz um Hank McCoy muito competente. Grande, desengonçado, tímido. Um nerd como o próprio Hank na juventude deveria ser. Caleb Jones e Lucas Till fazem respectivamente Banshee e Destrutor, não com tanto destaque quanto os já citados. Destrutor, é Alex Summers. Sim, se você notou que o sobrenome é familiar, está correto. Nos quadrinhos ele é o irmão mais novo de Scott Summers, mais conhecido como Ciclope. Porém o filme não cita qualquer ligação entre os dois. Falha? Provavelmente sim se não fizerem uma sequência que explique melhor essa ligação.


A história é muito bem construída, sem grandes furos, só aqueles pequenos permitidos. Um ponto no mínimo estranho é que o filme parece mais longo do que é. São 2 horas e 10 minutos de projeção, mas as várias situações que ocorrem parecem alongar a trama. Acontece que tudo se fecha perfeitamente no fim. Cenas épicas são construídas e não vão decepcionar amantes de X-Men ou amantes de cinema. É interessante também como o diretor Matthew Vaughn muda o ritmo das imagens na cena em que os mutantes estão treinando seus poderes. É como se fosse um pedaço de algum episódio de X-Men Evolution.

X-Men: Primeira Classe é divertido, mas muito humano, diferente de Thor que apenas diverte. O que faz dele muito melhor. A melhor adaptação de HQ's do ano até agora.

Um comentário:

  1. Confesso que também estava receosa quanto ao filme, como sempre fico com filmes que voltam lá no início de tudo.
    Mas me surpreendi, realmente muito bom e a cena Hugh Jackman, é impagável!
    Excelente resenha!
    http://tradutoracarol.com.br

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