segunda-feira, 9 de maio de 2011

Resenha - Thor


Thor é o primeiro filme do gênero adaptação de quadrinhos a chegar aos cinemas esse ano. Teremos ainda Capitão América - O Primeiro Vingador e Lanterna Verde fechando o ciclo quadrinhos em 2011. Para fazer esta resenha, é bom frisar o que a Marvel Studios tem como plano com seus últimos filmes lançados. Como visto nos dois primeiros Homem de Ferro e em Incrível Hulk, todos os filmes estão ligados preparando o terreno para um vindouro filme de uma das equipes de super-heróis mais famosas dos quadrinhos: Os Vingadores. Sabe-se então, que o diretor de Thor, Kenneth Branagh, não teve assim tanta liberdade criativa, pois seu filme teria de lidar com referências já propostas pelos antecessores da Marvel. É aí que tenho de dar os parabéns ao que foi feito.

A trama é simples. Thor é um ser de uma Asgard diferente daquela que temos retratada. No filme isso se deve pela percepção equivocada que nós, humanos, obtivemos desses seres que teoricamente são de uma dimensão diferente, mas que está interligada com nosso planeta. Essa Asgard confrontou-se com Os Gigantes de Gelo, que atacaram a Terra em algum momento e assim travaram um guerra sangrenta que acabou com a derrota dos Gigantes. Odin, o "Pai de Todos" de Asgard estabeleceu um acordo de trégua com seus inimigos. É com a história dessa batalha que Odin doutrina seus filhos Thor e Loki, para que um dos dois venha a ser seu substituto como rei de Asgard. Passam-se anos e Thor esta para suceder seu pai, mas no dia de sua posse ocorrem alguns problemas e o deus do trovão acaba por discutir e afrontar Odin, que acaba exilando Thor para que este aprenda sobre humildade. Tudo isso sendo um plano de seu irmão Loki, o deus das "traquinagem". É claro que o "campo de treinamento" de Thor acaba sendo a Terra. Mais precisamente numa cidadezinha do novo México.


Na primeira parte, somos apresentados a Asgard. Claro que trata-se de um lugar surreal, mas toda mitologia é baseada na lógica e percepção humana. Aqui temos um lugar que contém aspectos da nossa realidade, principalmente nos planos interiores. Porém, nos planos onde temos uma visão externa desse mundo novo, é tudo muito pouco empático. O que vemos são monumentos sem fim, mas sem calor humano. Apesar das cores vivas, o ambiente de Asgard é frio. Concreto demais. Somos apresentados ao seus representantes, aos guerreiros da corte, mas pouco se é dito sobre o seu povo. É certo que se o filme acontecesse apenas em Asgard, Kenneth Branagh teria aprofundado essa questão. Nota-se que há um ritmo natural nas cenas que se passam fora do plano terrestre. Mas infelizmente, esse não era o contexto do filme. Quando Thor vai para seu exílio, o filme perde seu ar épico e poético. Nada mais justo, pois estamos nos dias atuais e ainda por cima nos EUA. 

Na parte das atuações, Chris Hemsworth cai bem como Thor. A prepotência inicial do deus nórdico é nítida e bem natural. Uma atuação que surpreende também é a de Tom Hiddleston como Loki. É incrível como o ator expressa o malandro deus nos olhares. O olhar de cachorro abandonado engana muita gente mesmo e chegamos certa hora a ter pena do personagem Anthony Hopkins como Odin não há o que dizer. Hopkins sempre se dá bem em papéis que necessitam de uma intimidação tanto física quanto intelectual. Natalie Portman ainda arranca suspiros com sua beleza, mas dessa vez seu papel não é emblemático, porém cumprido de maneira competente. Não dava pra exigir muito da recém oscarizada. Existem outros personagens que parecem ter grande importância, mas que vão apagando-se durante a projeção. Parece novamente dicas do diretor para dizer que linha ele queria levar com Thor, mas não se esqueçam do início do post. Tudo tem que ser ligado no fim.



É certo que Thor serve de peão para o filme dos Vingadores. Isso fica claro com a chegada do personagem principal ao nosso planeta. A trama fica simples apoiando-se em melodrama romântico. O ritmo cai e apesar de ser baseado em mitologia nórdica, temos uma tragédia grega com toda a parte "catarsica". Apesar disso, não decepciona ou chateia. Quando tem que se fazer dois filmes em um, a chance de sair algo ruim é grande. Mas o diretor segura como pode e consegue dar graça ao que seria uma desgraça. O filme não é um marco, é bem medíocre. Medíocre sem ser ser ruim. Vale a diversão.

Um comentário:

  1. Acho que vou ver esse filme, ainda não tenho certeza, o meu problema é que eu não gostei do trailer, mas todo mundo diz que o filme é bom...
    Talvez eu esteja enganada quanto ao trailer e o filme seja realmente bom.

    ResponderExcluir