sexta-feira, 10 de junho de 2011

Magneto - Testamento

X-Men: Primeira Classe chegou aos cinemas faz uma semana. Um dos pontos altos do longa é a trama que envolve o jovem Erik Lehnsherr em sua busca por vingança. Muita gente deve ter saído do cinema tocado pela história triste, que envolvia o nazismo e sua caça aos judeus. Como todo mundo sabe, X-Men surgiu nos quadrinhos e as histórias no cinema são adaptações. Para quem sentir curiosidade, a Panini lançou ano passado o encadernado Magneto Testamento, uma história fechada que nos leva à infância de Max Eisenhardt, o nome de batismo do Magneto dos quadrinhos.

Capa Brasileira
A história é bem construída. O "problema" talvez seja criar uma personalidade dócil ao futuro maior vilão mutante. A família de Max é muito boa uns com os outros, sua criação é bem saudável. Fica muito difícil acreditar no enorme desvio de caráter que transformará Max em Magneto. No mínimo, a guerra e toda a tragédia que viveu nos campos de concentração, deixariam o jovem reprimido. Talvez a descoberta de seu poder pode ter mudado tudo.

No mais, é uma bela história e os desenhos de Carmine Di Giandomenico são únicos. O traço pode estranhar no começo por sua simplicidade, mas depois acostuma-se. A maior virtude do desenhista é a dinâmica nas cenas de ação. Tudo parece realmente mover-se como na cena em que Max arremessa uma lança, de ponta de ferro, mais longe que seus colegas de classe. Aliás, é sútil como o autor, Greg Pak, consegue demonstrar a inocência de todos que não percebem o poder mutante de Max. Seu pai diz que o filho tem olhos aguçados. E a medida em que fica mais claro a utilidade dos poderes do jovem Magneto na trama, achamos que eles serão cruciais em momentos angustiantes. Greg Pak caminha o leitor, mas o surpreende de forma gratificante.

A influência de uma das maiores HQ's da história é nítida no roteiro de Pak e também na arte de Giandomenico. Maus está ali, em quase todas as cenas, principalmente quando somos levados à Auschwitz. Não que a HQ tente copiar a obra prima de Art Spiegelman, mas a toma como base, pois os relatos em Maus são os mais verídicos retratados em quadrinhos.




Magneto Testamento não é uma obra prima, mas para os fãs de quadrinhos é uma visão a mais do universo e do passado de um dos maiores vilões (ou não) das HQs.

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